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Proinfa pode estimular novas fabricas de geradores eolicos

GM, Energia, p.A5
23 de Ago de 2004

Proinfa pode estimular novas fábricas de geradores eólicos
Espanhola Gamesa estuda a instalação de duas unidades no Brasil. Os 1,1 mil MW de energia eólica que serão contratados pela Eletrobrás no Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) poderão estimular a vinda de novos fornecedores de equipamentos para o Brasil. É o caso das espanholas Gamesa e Ecotècnia e da dinamarquesa Vestas. A avaliação, porém, é que, além do fornecimento aos contratos do Proinfa, ainda falta segurança na garantia de negócios futuros em geração eólica no Brasil para que os fornecedores batam seus martelos. A Wobben Wind Power, subsidiária da alemã Enercon, com duas unidades no País, fornece para o incipiente mercado nacional e também para mercados externos.
Pedro Cavalcanti, diretor da Gamesa Energia, subsidiária do grupo que já atua no Brasil, diz que a empresa está em fase de prospecção junto aos empreendimentos habilitados no segmento de geração eólica do Proinfa para viabilizar os planos de instalar duas fábricas no Brasil. Segundo Cavalcanti, a viabilidade das fábricas depende do fornecimento assegurado para pelo menos 400 MW em projetos do Proinfa.
Cavalcanti afirma que, garantidos os negócios para fornecer equipamentos para a implantação dos 400 MW, as duas unidades poderiam explorar, baseadas no Brasil, os mercados, mesmo que incipientes, de outros países da América do Sul, o promissor mercado mexicano e o mais importante mercado do continente, os Estados Unidos.
Segundo o executivo, nenhum fabricante de equipamento é capaz de dar conta do fornecimento para implantar os 1,1 mil MW do Proinfa até dezembro de 2006, prazo definido pelo Ministério de Minas e Energia para que os empreendimentos contratados comecem a operar. Ele estima que o mercado brasileiro gerado pelo programa subsidiado pelo governo federal deverá ser dividido pelo menos por três grandes fabricantes.
O Proinfa tem índice de nacionalização dos equipamentos de 63%, de acordo com exigência do ministério. Segundo Cavalcanti, a Gamesa, que já opera no Brasil há quatro anos com projetos próprios de geração eólica, ainda não definiu a previsão de investimento com as fábricas planejadas para o País.
Desoneração fiscal
Segundo o vice-presidente da Associação Mundial de Energia Eólica, Everaldo Feitosa, além da Gamesa, outras empresas como a dinamarquesa Vestas e a espanhola Ecotècnia estão de olho no mercado a ser gerado pelo Proinfa, mas vão levar em consideração o amadurecimento de negócios futuros para decidir pela implantação definitiva de unidades no Brasil. Segundo Feitosa, uma das alternativas que os grandes fabricantes de equipamentos para geração eólica poderão adotar no Brasil é manter unidades temporárias, com objetivo de explorar o mercado da primeira fase do Proinfa, e depois ir embora.
Feitosa afirma que para tornar a expansão do mercado gerador de energia eólica no País mais segura, o governo poderia adotar mecanismos como a desoneração de impostos e mudanças na forma de aquisição da energia produzida. Para ele, os contratos de compra e venda de energia eólica com base no faturamento do volume fornecido, ao invés de potência instalada, aumentariam o mercado para pequenos consumidores e tornariam os preços da geração eólica mais competitivos com as outras fontes.
"Com a desoneração fiscal para equipamentos de geração, por exemplo, o mercado ficaria mais atraente para os empreendedores e propiciaria um aumento de competitividade também para o consumo", diz Feitosa. Ele também aponta a exportação como um atrativo adicional para grandes fabricantes.

kicker: Exigência do programa é que equipamentos tenham índice de nacionalização mínimo de 63%

GM, 23/08/2004, p. A5

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