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Proibição do corte de mogno no Brasil é elogiada no exterior

Tribuna de Imprensa-Rio de Janeiro -RJ
11 de Dez de 2001

A decisão de suspender a extração de mogno da Amazônia, tomada no último dia 5 de dezembro, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), está repercutindo no exterior, sobretudo entre as entidades ambientalistas e empresas importadoras de mogno brasileiro.

O Ibama baixou uma instrução normativa (a de número 22) suspendendo o corte do mogno, exceto para as empresas que têm plano de manejo em regime de certificação ou estão em fase conclusiva de certificação. O objetivo é coibir a extração ilegal desta madeira, que chega a ser equivalente a 80% do total retirado das matas.

O diretor executivo do Greenpeace Internacional, Gerd Leipold, enviou uma carta ao presidente Fernando Henrique Cardoso, cumprimentando-o "calorosamente" pela medida, considerada um passo necessário à interrupção do comércio ilegal da espécie no mercado internacional.

Ele disse falar em nome de seus colegas do Brasil, Estados Unidos e Reino Unido, três dos maiores mercados do mogno brasileiro. A menção expressa à certificação, de acordo com a carta, é um "importante sinal do comprometimento do governo com o manejo das florestas, no mais alto padrão internacional".

Em resposta a esta iniciativa, o Greenpeace se compromete em pedir às empresas importadoras de todo o mundo, o necessário endosso à expansão do mercado para a madeira brasileira certificada.

Para algumas empresas canadenses, a incerteza quanto à origem do mogno já vinha fechando mercados. O jornal "National Post" publicou, domingo, uma reportagem sobre a proibição brasileira, em que o representante da principal importadora canadense e fornecedora de móveis para o governo, Gibbard Furniture Shops Ltd, afirma ter interrompido a compra de mogno amazônico há um mês, quando foram divulgados dados sobre a retirada ilegal da madeira. Agora eles importam apenas da América Central e da África.

No Brasil, o Conselho Brasileiro de Manejo Florestal (CBMF) também aplaude a suspensão do corte do mogno, mas alerta quanto aos riscos da vinculação da autorização dos planos de manejo à certificação. Para o CBMF, que trabalha com a certificação do Forest Stewardship Council (FSC), "o combate à extração do mogno na Amazônia não pode ser feito tornando obrigatória a certificação florestal".

O caminho correto, no entender do CBMF seria "o licenciamento do Ibama para exploração, com fiscalização da atividade e dos planos de manejo". A certificação deve continuar a ser voluntária e independente.

Segundo dados do CBMF, o Brasil tem hoje 20% das florestas plantadas e 300 mil hectares de floresta nativa amazônica certificadas, totalizando 900 mil hectares. Outras 85 empresas tem seus produtos feitos de madeira certificados e podem usar o selo FSC.

Correio do Estado-MS 11/12/01
Indígena morre embriagado

A bebida alcoólica fez mais uma vítima entre os índios da reserva local. Um adolescente morreu, na tarde de domingo, depois de ingerir, junto com mais quatro colegas, várias "barquinhas" ou " corotes" de cachaça após um jogo de futebol na Aldeia Panambizinho.

Benilson de Aquino, de 16 anos, foi encontrado morto ao lado da lavanderia comunitária da Panambizinho, por volta das 16h de domingo, sem apresentar sinais de violência pelo corpo, e foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal de Dourados.

De acordo com laudo do exame necroscópico, o adolescente ingeriu grande quantidade de bebida alcoólica e teria dormido ao sol, morrendo em consequência da ingestão de cachaça. Este é o primeiro caso de morte entre adolescentes na reserva local.

Após a morte do menor, policiais do 1o DP efetuaram a detenção de quatro pessoas que estavam embriagadas nas imediações do campo de futebol da aldeia, as quais teriam fornecido a bebida para a vítima. Como não foi apreendido com os indígenas nenhum frasco de bebida alcoólica, eles foram ouvidos ontem na delegacia e liberados.

A venda de bebida alcoólica para os índios é proibida por lei federal, entretanto muitos pequenos comerciantes, principalmente de bares localizados nos bairros que dão acesso às aldeias, não obedecem à legislação e indígenas têm adquirido cachaça até mesmo em caixas.

A Polícia Federal tem feito vistorias regulares na Reserva Indígena de Dourados, apreendendo bebidas alcoólicas vendidas pelos próprios índios e, até o final do ano, segundo o delegado Lásaro Moreira da Silva, serão realizadas operações rigorosas para coibir esse tipo de comércio nas áreas indígenas da região.

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