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Programas da Petrobras serao destaques em reuniao da ITHO

GM, Saneamento e Meio Ambiente, p.A11
12 de Fev de 2004

Programas da Petrobras serão destaques em reunião da ITHO

São Paulo, 12 de Fevereiro de 2004 - Empresa investiu R$ 6,2 bilhões para sanar e prevenir contingências. O derramamento de óleo na Baía de Guanabara, em janeiro de 2000, no Rio de Janeiro, foi um divisor de águas para a Petrobras quanto a questões de segurança operacional e de gestão ambiental. As mudanças em curso, nos últimos quatro anos, serão mostradas hoje na VII reunião do comitê executivo da Iniciativa de Transportes do Hemisfério Ocidental (ITHO), que teve início ontem, em São Paulo. O ITHO reúne 34 dirigentes de países americanos (com exceção de Cuba) e tem a incumbência de discutir e propor soluções para uma efetiva integração dos transportes no continente americano. De 2000 até 2003, a empresa investiu R$ 6,2 bilhões em cerca de 4 mil projetos de cunho ambiental e de segurança no trabalho, espalhados por todo o território nacional. Destes, a Petrobras destaca o Programa de Excelência em Gestão Ambiental e Segurança Operacional (Pegaso) e o Programa de Integridade de Dutos, originalmente um subprograma do Pegaso, que tomou dimensões maiores e abocanhou R$ 1,6 bilhão do montante investido. "Os acidentes que tivemos no passado motivaram a empresa a não só investir em segurança e meio ambiente, mas a incorporar estes temas como valores que norteiam nossas relações com acionistas, clientes, parceiros, governo, funcionários e comunidades onde a companhia atua", afirma Jayme de Seta Filho, coordenador de Segurança, Meio Ambiente e Saúde para as regionais de São Paulo e do Centro-Oeste. O Pegaso foi fruto dos levantamentos realizados pelo grupo de trabalho nomeado pelo ex-presidente da companhia, Henri Philippe Reichstul, após os acidentes ambientais de 2000. De atuação emergencial, que envolveu compra de equipamentos e treinamento de equipes para limpeza e despoluição dos ambientes afetados por acidente, o Pegaso passou a abranger aspectos de prevenção, gestão e agora busca a excelência. "O Pegaso cumpriu e foi além do que estava previsto, tanto em investimentos -originalmente consumiria R$ 3,2 bilhões até 2003 -quanto em número de projetos, que triplicaram", diz Seta Filho. Programa de dutos Entre as "crias" do Pegaso, a que ganhou maior dimensão foi o Programa de Integridade de Dutos, iniciado em 2001 com o objetivo de prevenir vazamentos na rede de transporte dutoviária da Petrobras, que é de 16 mil quilômetros, sendo 50% concentrados na região sudeste. Os dutos transportam petróleo, gás liqüefeito de petróleo (GLP) e toda a cadeia de derivados. Estudos realizados para a Petrobras mostraram que os acidentes na rede de dutos decorrem não apenas de corrosões internas e externas, mas sobretudo das ações efetuadas por terceiros, como escavações indevidas sobre a rede e sobrecarga de peso indevida, como veículos e outros materiais. Assim, foram elaborados padrões de excelência para a rede e mecanismos de controle e acompanhamento das corrosões. Por meio de instrumentos denominados "pig smart" é possível o mapeamento, por tecnologia GPS, dos pontos internos suscetíveis de problemas, para futura troca dos trechos. Para minimizar o impacto das ações por terceiros, a Petrobras optou por realizar trabalhos de conscientização com as comunidades vizinhas aos trechos de rede. O trecho piloto é o adjacente ao Duto Obati, entre São Caetano do Sul e Barueri, na Grande São Paulo, que transporta gasolina e GLP. "Foi considerado um duto em estado crítico devido à ocupação populacional desordenada da região. A solução foi usar a faixa de segurança do duto para difundir informações para a comunidade", explica Seta Filho. Para isso, foi firmada uma parceria com as ONGs Ecoar e Instituto Crescer, que estão trabalhando para criar espaços de convivência nas faixas, que medem cerca de 30 metros e deverão abrigar pontos de coleta de lixo, hortas, ciclovias, playgrounds e outras áreas de lazer. A intenção da Petrobras é estender essas ações para toda a malha dutoviária. Para este ano, as ações devem focar 106 dutos prioritários, ou 5 mil quilômetros de rede em todo o Brasil. Seta Filho admite que, até 2000, os investimentos não eram focados em excelência ambiental. As ações em curso não redimem a empresa dos acidentes cometidos no passado, mas atende aos objetivos da empresa para o futuro próximo. "Em 2010, queremos ser uma empresa de energia, líder na América Latina, com forte presença internacional e foco na rentabilidade e na responsabilidade social", diz. Andrea Vialli
GM, 12/02/2004, p.A11

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