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Programa monitora aves para evitar entrada da gripe aviária

http://oradical.uol.com.br
02 de Abr de 2008

O grupo interministerial que cuida do programa de monitoramento do vírus da gripe aviária (influenza) reuniu-se em Brasília e anunciou ações preventivas de longo prazo no Parque Nacional (Parna) da Lagoa do Peixe e na Estação Ecológica (Esec) do Taim, no Rio Grande do Sul.

Ao todo, serão investidos R$ 3,628 milhões na avaliação permanente da biodiversidade, em especial das aves, por meio de coletas mensais de amostras de sangue e fezes. O objetivo é evitar a entrada do vírus no País.

No parque Nacional da Lagoa do Peixe, é comum a presença de aves migratórias da América do Norte e do Canadá (maçaricos e batuíras, por exemplo).

Já na Esec do Taim, há a circulação de patos e marrecos vindos do Cone Sul. Esse animais são potenciais portadores da gripe aviária. Por isso, o governo mantém na região um rígido controle.

O grupo interministerial definiu ainda o repasse de R$ 431 mil ao Centro Nacional de Pesquisa para Conservação das Aves Silvestres (Cemave), do Instituto Chico Mendes.

A verba é destinada a pesquisa, monitoramento, compra de equipamentos e contratação de pessoal qualificado no combate ao vírus, tanto da área médica quanto biológica. Ficou acertado ainda a liberação de R$ 118 mil ao Instituto Chico Mendes, para treinamento e divulgação da temática em âmbito nacional.

O biólogo Leonardo Vianna Mohr, da Coordenação Geral de Espécies Ameaçadas, da Diretoria de Biodiversidade do Instituto Chico Mendes, garante que não há nenhum registro da gripe aviária nas Américas.

Segundo ele, a região tem status de normalidade sanitária. Os outros dois níveis são de alerta sanitário (em que há detecção do vírus) e de emergência sanitária, caso em que poderia ser constatada a presença do vírus da influenza aviária (de alta patogenicidade).

Para a chefe do Parque Nacional da Lagoa do Peixe, Maria Tereza Queiroz Melo, o mais importante é salientar o caráter preventivo do programa.

"Nosso objetivo principal é detectar a chegada do vírus no País. Numa hipótese muito remota de isso ocorrer, estaremos preparados para as ações necessárias que evitem a propagação da influenza aviária em território brasileiro", explica.

O programa fará, ainda, um acompanhamento dos pescadores locais (comunidades tradicionais) em relação à qualidade de vida. "Eles circulam na lagoa e têm contato com as aves. Como a doença é transmitida pelas fezes dos animais, esse monitoramento se faz necessário", explica Melo.

A partir do acompanhamento socioeconômico dos pescadores, o Instituto Chico Mendes e o parque poderão realizar um estudo da situação social e trabalhar a remoção destas populações para áreas fora da unidade de conservação.

Com o objetivo de estabelecer ações de prevenção, controle e combate da gripe aviária, o governo criou em 2005 um Grupo Executivo Interministerial constituído por representantes do Ibama/MMA, Ministério da Saúde, Desenvolvimento Agrário, Defesa, Integração Nacional, Assessoria de Comunicação Social e coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ( Mapa).

O grupo tem a missão de elaborar e implantar o "Plano de prevenção à influenza aviária em aves silvestres e de subsistência", agora com a participação do ICMBio, por meio da diretoria de Biodiversidade.

Dentro do cronograma estabelecido, cada ministério criou cenários fictícios da presença do vírus da gripe influenza (gripe aviária) e estabeleceu metas de pesquisa e manejo nas unidades de conservação consideradas "de risco", como o Parna Lagoa de Peixe e Esec do Taim.

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