VOLTAR

Programa de Educação Intercultural

CCPY-Pró-Yanomami-Boa Vista-RR
04 de Abr de 2003

O Programa de Educação Intercultural (PEI) foi criado, em 1995, pela Comissão Pró-Yanomami, atendendo a uma reivindicação dos Yanomami. Para eles, o processo escolar é importante para fortalecer sua língua por meio da alfabetização e dar-lhes acesso às informações, conhecimento técnico e científico da sociedade nacional, imprescindíveis à manutenção de sua autonomia sócio-política e econômica. A Comissão Pró-Yanomami aceitou o desafio e, desde então, vem ampliando a área de atuação do PEI, buscando apoiar um número cada vez maior de comunidades Yanomami na implantação e manutenção de suas escolas, na elaboração de materiais didáticos e na formação de professores. Investe também na formação da equipe de assessores, dando condições para que conheçam outras experiências de educação escolar indígena e adquiram proficiência nas línguas Yanomami.
Hoje, o PEI mantém 34 escolas, em sete regiões distintas - Demini, Tootobi, Parawau, Homoxi, Alto Catrimani, Paapiu e Kayanau (antigo Paapiu Novo). Cerca de 1.480 Yanomami vivem nessas regiões, dos quais 331 são estudantes. Com uma equipe de seis assessores de campo, o PEI faz o acompanhamento pedagógico dos 40 professores Yanomami responsáveis pelas escolas. A formação de professores é oferecida a mais de 90 Yanomami, oriundos de 68 escolas existentes na Terra Indígena Yanomami nos estados de Roraima e Amazonas. A formação tem a parceria das organizações não-governamentais Secoya (Serviço e Cooperação com o Povo Yanomami) e Urihi-Saúde Yanomami.
O PEI tem como meta global o surgimento de uma rede escolar para e dos Yanomami, com um quadro de docência formado por professores Yanomami. O objetivo é conquistar o reconhecimento e a manutenção, pelo governo brasileiro, da escola e dos professores Yanomami, incluindo-os no sistema escolar nacional, considerando as especificidades dos Yanomami, a começar pelo respeito à sua organização social, tradições, visão de mundo, história e língua.
Sobre essas bases deverá ser construído o currículo de formação dos professores e alunos, o que significa elaborar material didático próprio para as escolas Yanomami, dando preferência àquele produzido por eles próprios, e garantir autonomia para que organizem o espaço físico da escola, o calendário escolar e as turmas de alunos.
A meta global deverá ser alcançada no final de 2008, com a formação, a nível de magistério, da primeira turma de professores Yanomami. Há, portanto, a grande expectativa de que o governo brasileiro reconheça as escolas Yanomami e aprove o currículo de formação dos professores.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.