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Professores indígenas discutem como implantar ensino médio diferenciado

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
19 de Mar de 2004

A XI Assembléia Geral e o Seminário sobre os Povos Indígenas em Roraima e a Educação Escolar iniciam hoje, com o tema "Um Ensino Médio Específico". O encontro será no Centro Makunaimi, na reserva São Marcos, no município de Pacaraima, e será encerrado terça-feira, 23.
O encontro patrocinado pela Organização dos Professores Indígenas de Roraima (Opir) conta com a participação de professores, alunos, tuxauas, agentes de saúde, lideranças indígenas e representantes das secretarias de Educação do Estado e municípios. Nos dois primeiros dias será a assembléia da Opir e a partir do dia 21 inicia o seminário.
O coordenador de ensino da Opir, Enilton André da Silva, explicou que durante a assembléia serão discutidas as diretrizes das ações do ensino indígena e avaliar o funcionamento da educação nas escolas indígenas. "Serão também debatidos os aspectos pedagógicos e legais de educação do projeto pedagógico dos níveis e modalidades de ensinos", lembrou.
Um dos maiores temas a serem discutidos será a transição da responsabilidade da educação infantil do Estado para os municípios. A presença dos prefeitos será fundamental para a confirmação das novas ações, como merenda escolar, material e professores.
"Os prefeitos devem estar presentes para explicar como será realizado esse rocesso de transição, porque a educação infantil é a base do ensino. Serão discutidas diretrizes para melhorar a educação e uma mesa-redonda será formada para a discussão das políticas públicas a serem aplicadas na educação indígena", ressaltou.
Segundo Enilton André, com a extensão do ensino médio nas comunidades indígenas houve um aumento de cinco mil alunos indígenas, na educação infantil, ensinos fundamental e médio, totalizando 13 mil matrículas. "Esse número é reflexo das ações desenvolvidas em conjunto com a Secretaria de Educação em estender o ensino médio às comunidades indígenas. Participamos do Conselho Estadual de Educação", explicou. Para atender a expansão da educação indígena, será necessário qualificar mais 330 professores para que totalize mil profissionais. "Atualmente, Roraima conta com 770 professores indígenas. Esse número deverá ser ampliado, após a oferta de novas vagas para a qualificação no Projeto Insirikan, desenvolvido na Universidade Federal de Roraima. Durante dois anos o professor indígena tem formação pedagógica em licenciatura intercultural e mais três anos em especialização. Aproximadamente 59 vagas serão abertas", disse.
ESCOLAS - Para atender os 13 mil alunos indígenas, Roraima possuí 113 escolas e apenas 32 são para o ensino médio, além de 60 escolas Yanomami. "Com o crescimento das escolas para o ensino médio, percebemos que os jovens não estão deixando as suas comunidades para se qualificarem. Teremos futuramente vagas exclusivas para os formados no ensino médio ingressarem na faculdade", explicou

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