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Professores escrevem livros nos vários dialetos indígenas

Página 20-Rio Branco-AC
11 de Nov de 2002

A evolução na forma de encarar a cultura indígena no Acre está abrindo caminhos para as minorias em setores tradicionais da sociedade. Nas últimas eleições, por exemplo, os acreanos elegeram o indígena Antônio Apurinã para a suplência do Senado da República.

No município do Jordão, a 455 quilômetros de Rio Branco, três dos oito vereadores são índios. Nas últimas eleições quatro indígenas de tribos diferentes disputaram uma das 24 cadeiras da Assembléia Legislativa acreana.

A militância na política não é um exemplo isolado. As aldeias acreanas contam hoje com professores que ministram aulas de língua, ciências exatas e humanas e até escreveram vários livros. Detalhe: na língua ou dialeto de cada tribo. Nas escolas, adaptadas para o formato das aldeias, o português também é ensinado, mas como idioma auxiliar. A ênfase é dada para o convívio racional com a terra, os costumes, o padrão de vida que levam as tribos no Acre há séculos. O modelo industrial, político, econômico e urbano derivado do "modo branco de pensar", como definem os professores, estão chegando num ponto de inflexão.

O próximo passo é a extinção. A idéia procede: a partir do esgotamento dos recursos naturais que patrocinam a exploração desenfreada de matéria-prima para alimentar a especulação econômica entre os diversos mercados - hoje classificáveis como "ascendentes" ou "ameaçados" - as etnias amazônicas criam uma nova forma de conviver com esses recursos, perpetuando-os.

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