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Professor propõe escolas bilíngües para indígenas

Agência Câmara-Brasília-DF
Autor: Reportagem - Allan Pimentel Edição - Paulo Cesar Santos
29 de Mar de 2005

A implantação de escolas bilíngües para que os índios tenham condições de preservar sua língua e cultura foi proposta hoje durante audiência pública da Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional. A proposta, da deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e do professor José Ribamar Bessa Freire, foi feita durante debate sobre história das línguas Amazônia. Na opinião do professor, o português deve ser ensinado como segunda língua para as tribos, preservando-se o idioma original.
José Ribamar lança, nesta quarta-feira, no Salão Nobre da Câmara, o livro "Rio Babel - Da Língua Geral ao Português". Ele lembrou que, quando o Brasil foi descoberto, falavam-se, em todo o território nacional, cerca de 700 línguas. Hoje, há apenas 180 línguas INDÍGENAS vivas. Muitas delas, segundo ele, tendem ao desaparecimento, já que não existe uma política na área da educação para preservá-las.

Políticas de proteção
Ribamar Bessa estuda as línguas dos índios brasileiros desde os anos 70. Ele informou que a língua indígena mais falada na Amazônia é a Tikuna, de um grupo formado por cerca de 30 mil pessoas. Alguns dos idiomas INDÍGENAS, segundo o professor, são falados por grupos de apenas 10 a 15 pessoas. O estudioso disse que somente após a Constituição de 1988 o Estado Brasileiro passou a proteger as línguas faladas pelos INDÍGENAS. "A existência de uma enorme diversidade de línguas no Brasil foi considerado como atentatório à integridade nacional, à segurança nacional. A partir de 1988, depois de 500 anos, o Brasil começou a perceber que essa diversidade lingüística representa uma riqueza enorme para o País. E que, portanto, é necessário adotar medidas políticas em relação às escolas, em relação à produção de material educativo em relação, inclusive, à própria mídia", relatou.

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