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Produtos frescos e artesanais

ITESP
Autor: Roseane Barreiros
14 de Nov de 2012

uem esteve no Parque da Água Branca no último final de semana teve a oportunidade de conferir de perto o melhor da agricultura familiar, na 6ª Feira Paulista de Assentamentos e Quilombos (Fepaq). Durante os dois dias, as populações dos assentamentos, comunidades quilombolas e reservas indígenas assistidas pela Fundação Instituto de Terras (Itesp), da Secretaria da Justiça eda Defesa da Cidadania, mostraram ao paulistano o que têm produzido em suas propriedades. Produtos in natura (frutas, legumes) e processados, como queijos e bebidas artesanais, doces, pães, mel e bolos foram oferecidos nas 60 barracas distribuídas pelo espaço de exposições do parque.

Estreante na Fepaq, a produtora Maria Elizete Santos Aquino, do assentamento Porto Velho, comemorava no sábado a venda de todos os
frangos caipira que trouxera para a feira. Em sua propriedade, no município de Presidente Epitácio, ela trabalha com o marido, os três filhos
e cinco netos. Lá, criam frangos e cultivam mandioca e legumes. Além
dos produtos frescos, trouxe para a feira pimentas e pepinos em conserva
e também sua especialidade: doce de jiló, preparado com folhas de figo,
sucesso na sua cidade e, ao que parece, também na Fepaq, dado o número de pessoas que paravam em sua barraca para "experimentar um pedacinho".

Edna Cruz da Silva, de Teodoro Sampaio, produz leite e derivados em sua
propriedade, onde cria 25 cabeças de gado. Faz também pães caseiros, biscoitos, cocadas e bolos, que costuma vender na cidade e nos assentamentos vizinhos. Atenta à qualidade de seus produtos, orienta os compradores quanto à conservação: "O meu pão aguenta até cinco meses na geladeira, porque utilizo fermento caseiro, feito de batata, sal e açúcar", adverte. "Com ele, a massa demora um pouco mais para crescer, mas a durabilidade do pão é bem maior". Para atender bem aos clientes, a pesagem é tão importante quanto a conservação do produto, segundo a avaliação do produtor Pedro Pereira Alcântara, do assentamento Santa Lúcia (Mirante do Paranapanema). Ele conta que participou de palestras oferecidas pelo Procon-SP, onde recebeu orientações sobre quais as embalagens mais adequadas a cada tipo de produto, bem como as informações que elas devem conter - data de validade e peso exato. Para o evento, Pedro trouxe farinha de mandioca, polvilho e colorau de sua produção, além de doces, frutas e legumes de outro produtor.

Cuidar do meio ambiente -

Além de cultivar banana e cana-de-açúcar, o casal Rudinei Rodrigues de Paula e Cleide da Rocha Pedroso, da comunidade quilombola Ribeirão Grande-Terra Seca, região de Barra do Turvo, vive da produção de cestos
feitos de taquara. Bonitos e bem acabados, os artesanatos chamaram a atenção da contabilista Silvia Maria Barros Proscurchin, que logo reservou um para transformá-lo em ninho para as duas galinhas que cria em
casa. "Adoro artesanato e este cesto é o que eu estava procurando", afirma. A produtora Cleide relata os benefícios de integrar uma comunidade quilombola. "Com os quilombos, resgatamos e mantemos viva a cultura dos nossos ancestrais.

Muitas técnicas de produção que eles utilizavam no passado e que depois foram proibidas, nos quilombos podemos usar, sempre com moderação e respeito ao meio
ambiente". Os cuidados ambientais são tambémpreocupação constante da família de Leonardo Guarani dos Santos, da etnia tupi-guarani, que vive com outras 244 famílias na aldeia Tekoa Pyau, no Pico do Jaraguá, região oeste da capital.

Há 35 anos, a família trabalha com artesanato. E os colares, brincos e utensílios confeccionados com sementes de açaí, penas, couro e madeira garantem a sobrevivência. "Há muito tempo, utilizávamos penas originais de aves exóticas em nossas peças, mas agora não é mais permitido pelo Ibama. Por isso, colorimos penas de peru, ganso e pato, e fica bonito também", explica Leonardo, que levou para o evento a esposa, Lídia, a filha Neide e o neto Gabriel.

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