VOLTAR

Produtores de soja querem fim de interrupção na Tietê-Paraná

OESP, Economia, p. B4
17 de Jun de 2014

Produtores de soja querem fim de interrupção na Tietê- Paraná
Eles argumentam que chuvas no Sul do País podem ajudar na geração de energia em Itaipu, sem prejudicar transporte

A seca no Estado de São Paulo interrompeu o tráfego de barcaças na Hidrovia Tietê- Paraná, usada para o escoamento de soja, uma vez que o governo está priorizando a geração de energia por causa da queda contínua do nível dos rios.
A hidrovia está baixando de nível desde fevereiro, como reflexo de um dos verões mais quentes e secos no Estado, levantando temores de racionamento de água e de cortes na energia na Copa. Os exportadores de Soja e os produtores são as vítimas mais recentes da seca, já que a hidrovia foi completamente fechada ao tráfego de barcaças em 30 de maio.
As empresas exportadoras, incluindo a Cargill, disseram que precisaram contratar caminhões para transportar o produto até o Porto de Santos, principal ponto de embarque de Soja.
A medida elevou os custos de transporte em 10% a 12% para quem normalmente usa a hidrovia, e os produtores estão recebendo menos pela Soja como resultado, disse Edeon Vaz, coordenador de Logística da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja- MT), maior associação de produtores da oleaginosa no País. O Brasil, maior exportador mundial de Soja, deverá embarcar cerca de 43 milhões de toneladas neste ano-safra.
Vaz acredita que o fechamento da hidrovia não era necessário e a Aprosoja quer que o governo reduza a geração de energia no Tietê e eleve em outros lugares. Fortes chuvas têm caí¬do no Sul do País nas últimas semanas, recompondo reservas hidrelétricas em áreas que podem gerar mais energia para outras regiões. "Lógico que precisamos de energia, mas temos visto uma super oferta de água em Itaipu. Nós poderíamos reduzir a água usada das represas do Tietê", disse Vaz à Reuters por telefone de Brasília.

Risco

A assessoria de imprensa da Hidrelétrica de Itaipu disse que a agência brasileira- paraguaia que administra a represa está recompondo seu reservatório de água para ter reserva durante a Copa. Parte dessa água vem dos pontos mais elevados e mais secos da Tietê- Paraná.
Os níveis dos reservatórios no Sudeste devem fechar junho em 36,4%, pouco mais da metade do nível de um ano atrás e um dos mais baixos em 15 anos. O governo não quer correr risco de um racionamento neste ano eleitoral. Dois terços da energia no Brasil vêm de hidrelétricas.
Enquanto isso, o calado máximo da Tietê- Paraná, ou a profundidade da embarcação abaixo do nível da água, estava ontem em apenas 0,5 metro em algumas partes, bem abaixo dos 2,2 metros necessários à navegação comercial, disse a Secretaria Estadual de Logística e Transportes de São Paulo.
Luiz Fernando Horta de Siqueira, presidente do Sindicato dos Armadores de Navegação Fluvial do Estado de São Paulo, disse que o calado pode ser elevado a níveis navegáveis em um trecho de 8 km a 10 km se forem elevadas as reservas da Tietê- Paraná bem acima de Itaipu.
A Hidrovia Tietê- Paraná transporta 8 milhões de toneladas em cargas por ano, incluindo 2,5 milhões de toneladas de Soja, Milho e derivados de Soja./ Reuters

OESP, 17/06/2014, Economia, p. B4

http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,seca-interrompe-fluxo-na-…

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.