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Produtores de Douradina protestam próximos a BR-163, onde aguardam respostas dos guaranis

Dourados Agora-Dourados-MS
02 de Set de 2005

Já dura duas horas a reunião na área Panambi, em Douradina, entre o
procurador do MPF (Ministério Público Federal) e as famílias
indígenas que ocupam desde segunda-feira duas propriedades rurais na
região, onde houve confronto. Uma equipe da PF (Polícia Federal)
acompanha o procurador que antes de seguir para a área esteve no
trevo da BR-163.

A 15 quilômetros da Panambi estão cerca de 1,2 mil produtores rurais
protestam pedindo a saída pacífica dos guaranis das áreas. "Ele
(Pessoa) reforçou que não tem como chegar lá e mandar eles (índios)
saírem, mas vai tentar o acordo pra nós", detalha o presidente do
Sindicato Rural de Dourados, Gino Ferreira.

Impasse - Nesta manhã, os fazendeiros liberaram a pista a pedido do
procurador. O tráfego estava em meia pista e foi liberado totalmente.

Em entrevista ao Campo Grande News na última quarta-feira, o
procurador informou que após reunião com os produtores se
comprometeu em mediar as negociações. Porém, caberia aos índios
decidir o que fazer. Pessoa exigiu o desbloqueio da rodovia, que
estava totalmente obstruída pelos fazendeiros e o comprometimento do
não uso de força para a remoção dos índios.

Neste momento, a imprensa já está no local e segundo o presidente do
Sindicato Rural de Dourados, Gino José Ferreira, os produtores
aguardam ainda hoje uma solução para o impasse que se arrasta desde
segunda-feira, quando famílias de guaranis ocuparam as propriedades
gerando um confronto. Os índios desocuparam apenas a área maior, de
propriedade dos Irmãos Spessato. Eles reivindicam oito mil hectares
na região.

"Estamos aqui controlando o pessoal na expectativa de tirarem os
índios de lá. Mas, precisamos de uma decisão senão o movimento fica
incontrolável", prevê Ferreira, enfatizando que espera que o MPF
(Ministério Público Federal) consiga fazer a intermediação com os
guaranis.

Na área de Panambi há centenas de pequenas propriedades de 5 a 30
hectares. "São pequenos produtores numa área grande", argumenta o
presidente do Sindicato de Dourados não sabendo mensurar o total de
propriedades distribuídos na área.

As documentações fundiárias sobre a Panambi, na Funai (Fundação
Nacional do Índio) em Brasília (DF), estão sendo analisadas pelo
MPF. O procurador informou que desde 1970 o processo de
reconhecimento da área está arquivado na Funai. Pessoa salientou que
nunca viu uma área com tantos documentos que comprovem ser indígena.

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