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Produtor do MA autuado por plantar transgenicos

GM, Agribusiness, p.B10
20 de Nov de 2003

Transgênico não ajuda pobres, diz FAO
Roma, 18 de Maio de 2004 - Os benefícios alcançados com a produção de alimentos transgênicos não estão chegando aos mais pobres. A tecnologia está concentrada em culturas lucrativas e não nas lavouras de primeira necessidade, declarou ontem a agência de alimentação da Organização das Nações Unidas (ONU). "A biotecnologia é uma grande promessa para a agricultura em países em desenvolvimento, mas até agora só fazendeiros de alguns poucos países em desenvolvimento estão colhendo os lucros desses benefícios", diz relatório divulgado pela FAO (Organização para Agricultura e Alimentação). O mundo terá 2 bilhões de bocas a mais para alimentar daqui a 30 anos, um desafio que a biotecnologia pode ajudar a enfrentar, disse o documento. Mas até agora houve pouco progresso. Em vez de melhorar o valor nutricional de culturas importantes para a alimentação como o arroz e a mandioca, a indústria desenvolveu quatro variedades principais de transgênicos: algodão, milho, canola e soja, acrescentou. Para a FAO, os pobres não recebem os benefícios dos transgênicos porque os produtos de que necessitam são "culturas órfãs", que não são alvo dos 3 bilhões de dólares investidos todos os anos em pesquisas sobre a biotecnologia agrícola. "Outras barreiras incluem procedimentos regulatórios inadequados, questões complicadas de propriedade intelectual e mercados e transporte de sementes deficientes", disse o chefe da FAO, Jacques Diouf. Seis países contêm 99% da área total de plantações de transgênicos: Argentina, Brasil, Canadá, China, África do Sul e Estados Unidos. Em muitos países, preocupações ambientais e com a segurança alimentar impedem o crescimento dessas culturas. A União Européia barrou novas importações de transgênicos em 1998. Desde então, vem implementando testes e sistemas de monitoramento, e deve suspender sua moratória ainda esta semana. A gigante Monsanto desistiu na semana passada de lançar a primeira variedade de trigo genético, depois de uma tempestade de críticas. No ano passado, o presidente dos EUA, George W. Bush, iniciou uma ação comercial contra a UE, afirmando que o bloqueio estava prejudicando as exportações norte-americanas, além de provocar a rejeição de transgênicos por países africanos. O relatório da FAO diz que as preocupações sobre os efeitos da engenharia genética sobre o meio ambiente são justificadas, e que os transgênicos têm de ser cuidadosamente regulamentados para evitar qualquer risco e ganhar a confiança dos consumidores. "Os cientistas em geral concordam que os transgênicos atuais e os alimentos feitos com eles são seguros", disse Diouf. "Mas pouco se sabe sobre os efeitos de longo prazo". O relatório cita o desenvolvimento de um algodão resistente a insetos pela China como exemplo de como os países em desenvolvimento podem se beneficiar dos transgênicos. Cerco ao Greenpeace O navio Global Wind, alvo de duas ações do Greenpeace nas últimas semanas, atracou hoje no Porto de Paranaguá protegido por homens e embarcações da Polícia Federal. Carregado com 30 mil toneladas de soja transgênica da Argentina, o navio deve receber mais 10 mil toneladas do produto livre de transgênicos do Paraná. A operadora da carga é a Fertimport, subsidiária da Bunge. O Greenpeace tentou evitar que a soja exportada pelo porto paranaense fosse misturada a grãos enbarcados por grãos transgênicos embarcados na Argentina. Para isso integrantes do Greenpeace impediram a atracação do navio no início de maio. "A Polícia Federal deveria proteger os direitos dos consumidores mantendo a soja livre de transgênicos", disse Gabriela Vuolo, da Campanha de Engenharia Genética do Greenpeace. kicker: Agência da ONU adverte que só produtores ricos colhem os lucros dos benefícios dessa tecnologia GM, 18/05/2004, p. B12

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