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Produção indígena e extrativista de castanhas do Brasil vai a Bio Fair

Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário mda.gov.br
05 de Jun de 2017

No interior do estado do Mato Grosso, as castanhas-do-Pará, também conhecidas como castanhas do Brasil, são sinônimo de oportunidade para indígenas e assentados que têm o extrativismo como a sua principal atividade econômica. Esse produto, rico em vitamina E, selênio, ômega-9 é um dos que serão expostos na Bio Brazil Fair | Biofach America Latina pela Cooperativa dos Agricultores do Vale do Amanhacer (Coopavam), com apoio da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead). A feira acontece de 7 a 10 de junho, em São Paulo, e é considerada o maior evento de negócios para o ramo de orgânicos da América Latina.

A presidente da Coopavam, Lurizene Coelho Lustosa, de 42 anos, explica que na feira o público também poderá conhecer o óleo e a farinha produzidos a partir das amêndoas. Ela ainda reforça que o produto é certificado como orgânico e recebe um acompanhamento. "Na verdade, o pessoal fala que toda a castanha é orgânica, mas nem sempre é. Embora ela seja coletada na floresta, é feito todo um trabalho de boas práticas. Porque é possível contaminá-la no processo de manuseio até agroindústria, onde nós fazemos o beneficiamento", conta.

As castanhas-do-Pará têm grande importância para os extrativistas do Vale do Amanhecer, localizado no município de Juruena, e para outras 14 aldeias indígenas de outros municípios ao redor, que também fornecem o produto para a cooperativa. O cacique geral Daeit Akat Kaban Cinta Larga, que preside a Associação Indígena Pasapkareej, instituição que contempla oito aldeias do município de Ariponã, comenta que o produto representa muito na vida das famílias que dele se sustentam: "A castanha para nós é um grande privilégio, porque a gente não esperava conseguir uma renda. Quando a gente precisa de roupa, de sapato, a gente consegue por causa dessa atividade".

Luzirene ainda explica que desde que a cooperativa começou a trabalhar com os indígenas o preço pago pela amêndoa melhorou. "Antes eles eram muito explorados pelos atravessadores. Eles trocavam a castanha por mercadoria, os atravessadores pagavam o que queriam, menos de R$1. Terminava com as atividades madeireiras tendo mais força do que o trabalho feito com a castanha", conta a presidente da cooperativa.
Como indígena, Kaban comenta que o extrativismo com a castanha ajuda a conservar algo que os índios muito prezam: a natureza. Sem desmatar a reserva que possuem, o cacique reflete que a atividade, por gerar uma fonte de renda, contribui para que outras atividades ilícitas não sejam buscadas. "Se não tiver essa castanha, as coisas ilegais vão continuar. Vai ser tudo explorado na reserva, tanto o minério, quanto a madeira, isso vai continuar. Então a gente incentivando, valorizando, melhorando cada vez mais o trabalho é tanto bom para nós, quanto para sociedade, como para o país. Preservar a natureza é essencial, a gente valoriza muito", diz o presidente da associação.

Com todo o valor que esse produto carrega na vida dessas pessoas, Luzirene comenta que a castanha ser exposta na Biofach América Latinha traz grande alegria na vida das famílias. "Essas feiras são muito importantes porque a gente passa a ser conhecido, é uma divulgação do nosso produto. Eu falo que elas não são para a gente chegar e vender. O bom mesmo é o retorno, uma busca que vem depois das empresas grande. Algo muito bom para nós", diz.

A feira

Dez empreendimentos foram selecionados pela Sead, por meio de chamada pública, para participarem do estande coletivo montado na Bio Brazil Fair, que acontecerá entre os dias 7 e 10 de junho, em São Paulo. Todas atenderam aos critérios de ter a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) jurídica e produtos com certificação orgânica reconhecida pela legislação.

A Bio Brazil Fair | Biofach América Latina - Feira Internacional de Produtos Orgânicos e Agroecologia é considerada o maior evento de negócios de produtos orgânicos da América Latina. Tem como objetivo oferecer a produtores e fabricantes a oportunidade de alavancar vendas, captar novos compradores e disseminar os benefícios dos produtos orgânicos. Participam da feira produtores, indústrias, projetos governamentais, fornecedores de insumo e tecnologia, certificadores e consultorias. Este é o grande encontro anual do mercado orgânico no Brasil. Leia mais sobre a participação da Sead neste link.

Ingrid Castilho
Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário
Assessoria de Comunicação
Contatos: (61) 2020-0128 / 0127 e imprensa@mda.gov.br

http://www.mda.gov.br/sitemda/noticias/produ%C3%A7%C3%A3o-ind%C3%ADgena…

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