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Produção de grãos pode fortalecer pecuária em RR

Folha de Boa Vista-RR
08 de Dez de 2001

A solução para o cerrado roraimense, de acordo com o pesquisador da Embrapa Daniel Gianluppi, é a integração de várias culturas de grãos com a pecuária. Essa é uma das saídas que está sendo encontrada em pesquisas realizadas pelo o órgão, garantindo um maior ciclo de produtividade e reduzindo os custos no preparo do solo para pastagem.
"Uma das maiores forças de produção do lavrado é a de grãos. Ela surge para mostrar que não é uma alternativa isolada, mas viabiliza outras atividades como a pecuária", disse Gianluppi, explicando quais as vantagens em adotar o cultivo de grãos no cerrado, conciliando com a pastagem para o gado.
Na forma tradicional de preparo do solo para pastagem, segundo o pesquisador, há um gasto considerável para se fazer a correção do solo, colocando nele nutrientes e inseticidas, para se obter uma pastagem que possa proporcionar uma melhor qualidade na produção de carne e leite. Dentro desse modelo, além do custo, cerca de R$ 600,00 por hectare, o produtor terá em média um ano para recuperar o investimento.
Mas se realizar o cultivo de grãos - como soja, milho, feijão, girassol e sorgo - o produtor terá em alguns casos, dependendo da época e do grão, o retorno do investimento de cerca de R$ 800,00 por hectare em menos de quatro meses. "Nesse caso, você já está deixando o solo pronto para a pastagem e já tem obtido lucro no preparo do solo", destacou.
Gianluppi lembrou que hoje, no Brasil, a principal fonte de alimentação é a pecuária. No entanto, para se obter animais saudáveis e com qualidade para atender o mercado é preciso trabalhar bem a pastagem.
"Deste modo, haverá uma sobra de fertilizante no solo aproveitável na pastagem. Além da vantagem de ter uma produção de grãos no espaço de 4 meses", justificou.
O pesquisador afirmou que no cerrado, apesar de apresentar boas condições de produção, o fator climático exige mais critérios e regularidades no cultivo, desde a preparação do solo até o produto final. Enquanto que no Centro-Oeste o ciclo de produção de grãos é de 140 dias, aqui pode-se ter ciclos de 100 a 110 dias. "Mas isso nos obriga a ter uma melhor exatidão no calendário produtivo".
Gianluppi observa que, se obedecido o ciclo, Roraima pode trabalhar com quatro períodos de produção. "E não é necessário ficar retido apenas à soja ou ao milho. Pode-se combinar outras culturas, como girassol, e em período de estiagem, que são longos, plantar feijão caupi e sorgo, grãos que têm um ciclo de 60 a 70 dias", frisou.

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