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Procurador propõe criar hospital indígena

Folha Web - http://www.folhabv.com.br/
Autor: Naira Sousa
17 de Jan de 2011

Preocupado com a saúde indígena em Roraima, o procurador federal junto à Fundação Nacional do Índio (Funai), Wilson Précoma, decidiu abrir para debate a possibilidade de transformar a Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai) e um hospital indígena, possibilitando uma nova frente de trabalho.

Segundo ele, com o início da transferência das ações de atenção básica à saúde indígena da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), que faz parte da administração indireta do Ministério da Saúde (MS), para a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), diretamente ligada ao MS, ele entende que é um momento oportuno para se abrir uma discussão na sociedade local.

"A preocupação reside em dois aspectos: primeiro do tratamento diferenciado que deve ser dado aos indígenas, pois eles têm cultura e hábitos diferentes dos não índios. Então, precisaríamos adequar a Casai com uma infraestrutura tecnológica e humana para fazer frente ao hospital próprio dos indígenas em termos e nível de Roraima", disse Précoma.

O segundo aspecto citado por ele é que seria relevante abrir uma nova frente de trabalho. "O hospital demandaria novas contratações e o serviço direto e indireto seria de competência federal, por entender que em Roraima existe preconceito contra os índios. É um estado que tem uma conotação anti-indigenista que tem dificultado muito ações efetivas e concretizadoras em relação a efetivar os direitos indígenas", frisou.

Précoma enfatiza que a ideia não tem o caráter de apartar o índio do não índio, e sim especializar o tratamento dado a ele. "Quando você lida com pessoas com costumes e língua diferentes, é melhor que tenha uma instituição que saiba trabalhar com essas diferenças. A saúde de um modo geral no Estado de Roraima é precária para o não índio. E o índio precisa de tratamento que só podem ser feitos no Hospital Geral de Roraima", disse.

Ele afirmou que a Casai possui uma boa estrutura para atender os casos de baixa complexidade, doenças corriqueiras. "Quando é de média e alta complexidades, os índios precisam do estado e, quando chega lá, se tiver um índio e um não índio precisando de um tratamento fora do estado, em 99% dos casos o índio não consegue o atendimento", frisou. (N.S)

http://www.folhabv.com.br/noticia.php?id=101721

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