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Processos na Funai arquivados desde 1970, diz procurador

Campo Grande News-Campo Grande-MS
31 de Ago de 2005

Os dois processos administrativos da Funai (Fundação Nacional do Índio) sobre a demarcação da área de Panambi, em Douradina,
estão arquivado desde
1970. O procurador do MPF (Ministério Público Federal), em Dourados, Charles Pessoa, analisa os documentos sobre a área. "Eu nunca vi uma área com tanta documentação
que demonstra ser indígena", ressalta.
Ao contrário do que os guaranis exigem, 8 mil hectares, Pessoa diz que seria possível conseguir ter acesso à 2.037 hectares, com base na documentação
da Funai. "Queremos acelerar um processo parado".

Nesta tarde, após audiência com uma comissão de agricultores de Douradina no MPF, em Dourados, o procurador se comprometeu em ir até a área na
sexta-feira às 8h30 para tentar negociar a saída dos índios. "Vamos ver o que eles (índios) pedem também", explica.

A iniciativa tomada pelo MPF só foi tomada após os ruralistas aceitarem liberar a BR-163, obstruída desde às 8 horas até há pouco - uma forma de
protesto para a saída dos guaranis.

Pessoa enfatizou que não fez promessas aos agricultores rurais. Segundo o procurador, na segunda-feira quando esteve no local, após o confronto
entre guaranis e produtores, foi esclarecido que "a partir do momento que o MPF e a PF (Polícia Federal) chegam na área, ninguém resolve nada por conta própria".
"Os dois lados estão com receio. Mas, na segunda-feira eles (índios) disseram que não fariam mais nada e nós dissemos que os fazendeiros não mais
os tirariam à força", detalha. Pessoa relata que em Panambi mulheres e crianças estão entre os indígenas que ainda continuam na área.

Impasse - Os índios guarani ocupam duas áreas na região da Carmelândia desde segunda-feira à tarde. Apenas a área maior, de propriedade dos Irmãos
Spessato, foi desbloqueada depois de confronto entre produtores e índios. Os indígenas reivindicam oito mil hectares na região.

Ontem, os índios bloquearam a linha entre o distrito de Bocajá, no município de Douradina e Itaporã, numa reivindicação pela posse da terra que
julgam ser de propriedade deles, ocupada hoje por cerca de 300 pessoas.
Os índios sustentam que já pediram segurança para as cidades de Itaporã, Douradina e Rio Brilhante, sem serem atendidos. Os índios prometem não
desocupar a área até que autoridades da Funai (Fundação Nacional do Índio), ou Procuradoria da República aceitem negociar.

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