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Primeiro Encontro dos povos indígenas de Guarulhos (SP)

Cimi - www.cimi.org.br
01 de Jul de 2008

Os povos indígenas que vivem no meio urbano vão, a cada dia e com muita luta e destemor, conquistando novos espaços de visibilidade e organização. Foi assim no encontro que aconteceu no dia 22 de junho, em Guarulhos, cidade da grande São Paulo, e que, segundo o último censo do IBGE, conta com aproximadamente 800 indígenas.

Na busca de uma maior organização e articulação entre esses povos que pertencem a várias etnias e provém de várias regiões do país, sobretudo do Nordeste, lideranças indígenas, com apoio do Cimi - SP e em parceria com as Secretarias Municipais da Cultura, Assistência Social, Trabalho, Meio Ambiente e Saúde promoveram esse primeiro encontro que aconteceu no Bosque Maia, local público no centro de Guarulhos.

O encontro contou com a participação de indígenas de sete etnias: Pankararé, Pankararu, Tupi-Guarani, Wassu Cocal, Tupinambá, Xavante e Kariri Xokó. A animação foi a tônica do encontro. O toré celebrado por vários grupos uniu e animou a luta de cada povo e de todo movimento pela conquista de seus direitos enquanto povos diferenciados vivendo no meio urbano.

Foram incisivas as falas de algumas lideranças: "Estamos aqui com um só propósito. Queremos lutar pelos nossos direitos, pois só unidos venceremos. Nossos pais morreram, mas o sangue deles corre nas nossas veias. Estou muito feliz por estar aqui! Se a gente se unir, a gente vai vencer. Sou feliz por ser indígena e não tenho vergonha por dizer que sou índia!", disse Diva da Silva, do povo Wassu Cocal.

Outra mulher, Valdice do povo Pankararu, contou um pouco de sua história na aldeia e como chegou à cidade em busca de melhores condições de vida, sofrendo todo tipo de discriminação: "Nosso povo é uma semente. Muitos têm medo de falar que são índios. Em muitos lugares a gente chega e tem que provar com documento que a gente é índia".

Ao final do encontro, foi elaborado e aprovado um documento que será entregue às autoridades municipais, Funai e Funasa reivindicando melhor atendimento aos indígenas da cidade, sobretudo no que se refere à questão da saúde, área bastante precária na região.

Com certeza, o movimento se fortalece e agora se amplia animando a caminhada conjunta pelo respeito à diversidade, pela garantia de direitos e por espaços de reivindicação de políticas públicas para os povos indígenas que vivem na cidade.

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