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Pressão indígena força demissão de chefe

Correio do Estado-Campo Grande-MS
Autor: Ronaldo Regis
19 de Set de 2002

Funai demite responsável pelo posto da Aldeia Limão Verde, em Aquidauana

O administrador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Justino, informou que ainda nesta semana deverá ser publicada a portaria que demitirá o chefe do posto da Aldeia Limão Verde, Mauro Barros Terena, do município de Aquidauana. O processo para destituí-lo do cargo está tramitando no órgão em Brasília.
A decisão teria sido causada pelos inúmeros desentendimentos entre o chefe e um grupo de índios que se manifestaram insatisfeitos com o atendimento prestado por Mauro Barros. O clima ficou tenso na aldeia e chegou ao ponto de o grupo, na semana passada, invadir o posto e retirar equipamentos do escritório. Mauro se defende alegando que tudo não passa de uma briga política.
A invasão ao posto foi uma forma encontrada pelos índios para forçar a demissão do chefe. Após arrombar a porta, o grupo levou dois computadores, antena parabólica, uma espada de ferro, um radioamador e vários móveis. Mauro registrou um boletim de ocorrência na delegacia de Polícia Civil de Aquidauana. O delegado Edílson Santos informou que encaminhou o documento para a Polícia Federal.
Segundo a Funai, uma parte da aldeia, que possui 1,3 mil índios da nação terena, reclama que Mauro não presta atendimento à comunidade e prioriza seus familiares. "Na verdade, ele tem um grande número de parentes na aldeia e estas reclamações vêm se arrastando há muito tempo", frisou Justino.
O administrador ressaltou que tentou harmonizar os ânimos várias vezes, mas agora a situação está mais complicada. Para amenizar o problema, Justino resolveu substituir o chefe do posto por outro representante do quadro da instituição. "A comunidade não pode ficar sem um chefe, enquanto resolvemos o problema", disse, apesar de, até ontem à tarde, não ter sido anunciado o nome do novo chefe da aldeia.

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