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Presidente da Funai diz que governo não vai alterar política indigenista

CMI Brasil
18 de Abr de 2008

"Os povos indígenas sempre tiveram nas fronteiras brasileiras, defendendo o Brasil. O maior contingente de soldados nas fronteiras é formado por indígenas. As terras indígenas são terras da União e, portanto, tem um caráter de soberania"

Apesar das pressões dos produtores rurais que vivem em reservas indígenas, o presidente da Funai, Márcio Meira, reiterou nesta sexta-feira que o governo federal não vai modificar a política indigenista no país. Segundo Meira, não há risco à soberania nacional em decorrência da manutenção das demarcações de terras indígenas de forma contínua.

"Não há risco algum à soberania brasileira ao fato de termos terras indígenas demarcadas seja nas faixas de fronteiras ou em qualquer outra área", afirmou Meira, que participou da reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com representantes de 40 povos indígenas, no Palácio do Planalto.

A reação de Meira ocorre no momento em que o STF (Supremo Tribunal Federal) suspendeu uma ação policial federal na reserva Raposa/Serra do Sol, em Roraima, para retirada de não-índios da região.

Em defesa da soberania nacional, Meira disse que muitos dos soldados que atuam nas áreas de fronteira são de origem indígena.

"Os povos indígenas sempre tiveram nas fronteiras brasileiras, defendendo o Brasil. O maior contingente de soldados nas fronteiras é formado por indígenas. As terras indígenas são terras da União e, portanto, tem um caráter de soberania", disse ele.

O presidente da Funai reiterou ainda que a política indigenista brasileira não será alterada porque é ela que garante a proteção aos povos indígenas. "A nossa política indigenista é reconhecida. Graças a essa política que o Estado brasileiro garantiu a proteção aos povos indígenas. Hoje beira quase 1 milhão de indígenas no país. Essa política cumpriu seu papel e tem cumprido, apesar das dificuldades", disse.

Meira evitou comentar sobre as críticas feitas pelo comandante Militar da Amazônia, general Augusto Heleno. Em palestra realizada anteontem no Rio, o general chamou a política indigenista do governo federal de "lamentável, para não dizer caótica".

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