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Preservação da harpia vira livro

ICMBio - www.icmbio.gov.br
21 de Jan de 2010

Toda a imponência e exuberância da harpia, uma das maiores e mais belas aves de rapina do mundo, está imortalizada, com a publicação, pela Vale, de um livro que traz fotos inéditas sobre essa espécie tão importante para a biodiversidade brasileira.

A obra registra o trabalho de um grupo de pesquisadores que, durante oito meses, monitorou dois ninhos da ave, também conhecida como gavião-real, encontrados no início de 2009 na Floresta Nacional de Carajás, um paraíso de 400 mil hectares de mata tropical primária, em Parauapebas, sudeste do Pará cuja gestão fica a cargo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

As fotos são de João Marcos Rosa e os textos de Frederico Martins, analista ambiental do Instituto Chico Mendes, Tânia Sanaiotti, pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e Roberto Azeredo, pesquisador e Presidente da Sociedade de Pesquisa do Manejo e da Reprodução da Fauna Silvestre (CRAX Brasil).

ICMBio e Inpa são instituições parceiras da Vale no Projeto de Conservação do Gavião-real, que, desde 2008, realiza uma série de ações para ajudar a manter viva a espécie, atualmente na lista da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (Cites).

Para captar as imagens que ilustram a obra, o fotógrafo João Marcos Rosa teve que passar dias inteiros com seu equipamento em uma plataforma construída sobre uma castanheira, a 35 metros do solo.

Para isso, tinha a assistência de um escalador profissional, que utilizava cordas para possibilitar sua chegada e permanência no topo da árvore. Durante esse período, o fotógrafo precisava ficar camuflado, para que a mãe não percebesse que estava sendo observada e, conseqüentemente, não se sentisse ameaçada.

O resultado de tamanho esforço registradas em 144 páginas com belas imagens nunca antes registradas, como a fêmea levando a caça para o ninho e os filhotes aprendendo a levantar vôo. O livro mostra também a presença do gavião-real em outras partes do Brasil e na Venezuela, e alerta o leitor sobre como a ação humana pode contribuir tanto para a conservação quanto para a extinção da espécie.

"Espero que ao conhecer melhor essa ave que já habitou todo o continente e que agora corre risco de extinção, o leitor seja sensibilizado também para a importância de se preservar outras animais que também pedem socorro", diz o fotógrafo João Marcos Rosa, autor do livro.

Os três mil exemplares impressos divulgarão para o mundo todo um dos mais ricos exemplares da fauna brasileira, além de servir como exemplo de como as empresas,a exemplo da Vale, podem assumir sua responsabilidade com o meio ambiente.

Trabalho em parceria - O Programa de Conservação do Gavião-real nasceu com a descoberta do primeiro ninho, no início do ano passado, na Floresta de Carajás. A Vale garantiu os recursos necessários para as pesquisas e produção do livro, o ICMBio deu o apoio para a Flona se tornar um importante núcleo de estudo da espécie, e o Inpa coordenou as atividades de pesquisa.

Os dois ninhos, descobertos no início de 2009, abrigam um filhote de sete e outro de nove meses, idades completadas em janeiro. Construídos a mais de 30 metros de altura - em galhos densos de castanheiras, árvores que figuram entre as maiores da Amazônia - os ninhos medem 1,90m de comprimento por 2m de largura e 0,90m de profundidade; aproximadamente o tamanho de uma mesa de jantar com seis lugares.

Monitorar os dois filhotes não foi um trabalho fácil. Os pesquisadores tiveram que passar dias inteiros no solo, com uma luneta, observando o comportamento dos animais, anotando o que eles caçam e trazem para os filhotes. Também foram coletadas penas caídas do ninho, importantes ferramentas para a realização de análise genética.

"O monitoramento é importante para conseguirmos informações que nos permitam desenvolver tecnologias para ajudar na preservação desse animal", explica Frederico Martins. A descoberta foi motivo de comemoração, já que o crescimento da população é muito baixo (um filhote a cada três anos).

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