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Preconceito é o principal problema para os índios

A Gazeta -Rio Branco-AC
Autor: DIVA ALBUQUERQUE
15 de Fev de 2002

O tema "fraternidade e povos indígenas, por uma terra sem males", abordado na Campanha da Fraternidade deste ano, lançada na última quarta-feira, levou os coordenadores da campanha a apontar o preconceito como o principal problema vivido pelos índios acreanos.
Para os organizadores, embora a realidade do povo indígena no Acre tenha alguns pontos considerados amenos em relação a de outros Estados brasileiros, os índios acreanos ainda sofrem ataques dos brancos e são tratados com inferioridade, sendo registrado inclusive agressões e assassinatos impunes.
Para os coordenadores regionais Luiz Cepp (Pastoral da Igreja Católica) e Eden Magalhães (Conselho Indigenista Missionário, CINI) a questão do preconceito precisa ser vista com mais rigor para que os avanços já registrados em outros pontos possam colocar a população indígena do Estado numa condição melhor.
Os dois admitem que as questões relacionadas à demarcação de terras, a politização (tem índios com cargos no Pode Executivo e Legislativo) e a melhoria de vida das diversas etnias, confirmadas inclusive pelo aumento da população para 13 mil índios no Acre avançaram, mas não podem ser considerado como ideal.
A nível nacional a reivindicação principal da campanha ainda é a demarcação de terras. Em todo o Brasil existem 771 terras indígenas, mas apenas 222 delas (32%) estão demarcadas, embora o governo federal insista em considerar aquelas cujo processo está em andamento como já concluída.
"O objetivo da campanha ao abordar um tema dessa importância é levantar a problemática e lançar a semente de discussão. Foi assim com os temas anteriores. Nosso papel, neste caso específico da questão indígena, é exigir junto com a sociedade, que o governo cumpra a Constituição Federal que deu um prazo de cinco anos para que as terras dos índios fossem demarcadas e até agora isso não está cumprido", declara Eden Magalhães.
Luiz Cepp ressalta que objetivo da Igreja Católica é acabar com os preconceitos e valorizar a cultura dos índios. Ele admite que a igreja errou, mas tem pedido perdão e proposto um trabalho em conjunto para chegar "a uma terra sem mares".
A Campanha da Fraternidade segue por todo o ano, tendo como ponto alto de atividade o período da páscoa.

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