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Povos indigenas organizam atividades

JB, País, p. A3
26 de Jan de 2005

Povos indígenas organizam atividades

Cerca de 150 povos indígenas estão representados no Fórum Social Mundial. Esta é a primeira vez que os indígenas participam do Fórum com uma programação específica e organizada por suas próprias
entidades. Puxirum de Artes e Saberes Indígenas será a principal atividade indígena no evento. Puxirum significa "reunião de esforços em prol de objetivo comum".
Segundo o coordenador dos povos indígenas do Peru, Miguel Palacín Quispe, um dos organizadores do espaço indígena, a atividade foi criada para discutir questões ligadas ao território das reservas, recursos naturais, biodiversidade e administração política dos estados em territórios indígenas.
- Cinqüenta por cento dos povos indígenas do mundo estão na América do Sul, principalmente no Equador, Peru e Bolívia. No entanto, nos fóruns anteriores não houve um nível de participação satisfatório desses povos. Queremos agora ter um melhor nível de participação junto às demais organizações sociais do mundo. Nosso objetivo é que, a partir das propostas que nascem, possamos tomar decisões em relação aos temas que se discutem - afirmou Quispe.
0 coordenador das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica, Sabastião Haji Manchineri, disse que o espaço Puxirum deve "colocar em evidência um momento de contradição na América Latina".
- Por um lado, a efervescência que nasce dos povos indígenas, que encontra como referência o nacionalismo de Hugo Chávez, presidente da Venezuela. E, a partir disso, por. outro, o que está se gerando em contrapartida: uma série de respostas, como essas políticas de globalização - explicou.
Segundo Haji, o Peru foi o país onde as receitas do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial foram aplicadas no formato mais ortodoxo.
- E a única coisa que obtivemos em quatorze anos de aplicação dessas receitas foi que mais da metade da população do Peru está em situação de pobreza - afirmou Haji.
Sobre a participação indígena no Fórum, Haji disse que acredita em um processo de amadurecimento do evento.
- Creio que ocorre um processo de maturação,-e cada vez mais está se falando em defender nosso território, e não somente no sentido do espaço geográfico, mas também no sentido político - afirmou.
Folhapress e Agência Brasil

JB, 26/01/2005, País, p. A3

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