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Povos indígenas abençoam V FSM

Correio do Povo-Porto Alegre-RS
Autor: Roná dos Santos
16 de Jan de 2005

Cerimônia do Tangara marca pré-abertura do evento, que discutirá questões comuns a várias tribos

Representantes dos povos indígenas protagonizaram, na manhã da última sexta-feira, a pré-abertura da 5ª edição do Fórum Social Mundial (FSM), que movimentará a Capital de 26 a 31 deste mês. A expectativa da organização é de que mais de 100 mil pessoas participem do evento. No Armazém A do cais do porto, guaranis da Lomba do Pinheiro abençoaram o FSM com a cerimônia do Tangara, que mostra a continuidade da vida e a sua relação com o passado, o presente e o futuro. De acordo com a tapuia Roná dos Santos, integrante da Coordenadoria das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (Coica), essa cerimônia, como o fórum, simboliza a continuidade.

O armazém sediará um espaço de exposição dos trabalhos dos guaranis e dos caingangues, bem como informações sobre o Puxirum (mutirão, em tupi-guarani), que será o fórum dos povos indígenas dentro do FSM. Roná destaca que, pela primeira vez, os indígenas participarão de forma organizada do FSM, com coordenação própria do Puxirum de artes e saberes indígenas. Segundo ela, o evento está sob o comando da Coica, da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), do Conselho Indígena de Centro América (Cica) e da Coordenadora Andina, que envolve os países dos Andes.

'Vamos ter representantes indígenas das três Américas e de outras partes do mundo, como os noruegueses Sani', adiantou Roná. A sua expectativa é de que o Puxirum reúna 400 indígenas de 150 povos.

Na área de Direitos Humanos, Roná destacou que serão abordadas legislações ainda não aprovadas, como a Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas na ONU, em discussão há vinte anos. A luta pela aprovação da Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas das Américas também será objeto de debate e reivindicação, a exemplo da aprovação do Estatuto dos Povos Indígenas, que está no Congresso Nacional há 11 anos. 'Vamos fazer uma exumação, dia 29, destes três instrumentos jurídicos, que consideramos enterrados. São fundamentais para a gente', observou a representante da Coica. Ela disse que os indígenas terão quatro tendas no Parque Marinha do Brasil.

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