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Povo Apinajé detém três funcionários da Funai para exigir segurança em veículos e fiscalização das terras

Cimi-Brasília-DF
27 de Abr de 2006

Para pressionar a Funai pelo atendimento de compromissos já firmados, como a manutenção do caminhão usado para o transporte dos indígenas, a fiscalização das terras para evitar a devastação e a implantação de projetos para a sustentação dos indígenas, os 13 caciques do povo Apinajé detiveram, nesta quarta-feira, 26, o administrador regional da Funai, João Batista dos Santos, o chefe de posto, Raimundo Garcia, e o técnico agrícola Airton, conhecido como Mineirinho.

"Há muito tempo tem reunião na aldeia São José. O administrador veio e prometeu que ia mandar carro para o transporte das pessoas. Temos um caminhão sem freio e dois tratores parados. O administrador disse que tinha verba para arrumar os carros desde 2004, mas nunca arrumaram. Ele passou meses sem vir aqui e agora voltou. Agora, ele tem que negociar essas", justifica uma das lideranças deste povo que vive no centro-oeste do Brasil, estado do Tocantins. Segundo a liderança, o caminhão é utilizado para transporte dos indígenas - em geral pessoas que vão à cidade para o comércio e aposentados que vão receber suas pensões - até Tocantinópolis, cidade a cerca de 20 km da aldeia. A precariedade nos veículos que transportam os indígenas é realidade em diversos locais e causou a morte de seis pessoas em Rondônia, em janeiro de 2006.

Os indígenas têm informação de que havia recursos para consertar o trator da comunidade, mas os reparos nunca foram realizados.

"A Funai prometeu roças, cercas de arame, mas no final sempre dizem que falta verba", conta uma das lideranças, que relata também que a terra tem sido invadida por caçadores, pescadores e madeireiros, e que a Funai não realiza a fiscalização. "Para parar a extração de madeira tem que ter gente para fiscalização constante e tem que ter um carro", afirma.

Segundo informações dos Apinajé, a administração regional da Funai em Araguaina entrou em contato com as lideranças através do telefone da aldeia, mas eles solicitam a presença da direção do órgão na terra Apinajé para as negociações.

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