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Por falta de médico, indígena passa por duas cidades em busca de atendimento para mulher grávida

G1 https://g1.globo.com
07 de Jan de 2019

Isaías Kmoãbri Xerente conta que a mulher estava grávida de sete meses quando entrou em trabalho de parto e rapidamente procuraram ajuda no Hospital Regional de Miracema. O casal não conseguiu atendimento imediato porque o médico plantonista faltou no dia. A mulher foi transferida para a maternidade Dona Regina na capital onde conseguiu dar à luz.

O menino prematuro nasceu neste domingo (6) com apenas 1,4 kg. Quase sem batimentos cardíacos, ele precisou ser reanimado. A família mora em uma aldeia indígena em Tocantínia à 85 km de Palmas, onde Isaías kmoãbri Xerente é cacique.

"Sempre é assim. Dia de domingo lá quase não tem, dia de sábado assim também. Não tá tendo médico de plantão lá. Eu tava muito preocupado. Preocupado mesmo. Tava preocupado com a mulher também que ela tava sentindo muita dor [sic]", comentou.

A Secretaria de Estado da Saúde informou que no hospital havia dois médicos escalados, sendo que um deles não compareceu e por causa disso foi feito um boletim de ocorrência devido à falta do profissional.

Porém, afirmou que a paciente foi transportada para Palmas em uma ambulância acompanhada por uma médica e por uma técnica de enfermagem. Disse ainda que vai tomar as medidas administrativas, "visto que não houve a comunicação da falta para ser realizado a substituição do profissional em tempo hábil." (Veja a nota no final desta reportagem)

Outro caso
No sábado (5), uma mulher em trabalho de parto não conseguiu médico em Paraíso do Tocantins e quando chegou à maternidade Dona Regina para ser atendida o bebê já estava morto.

Na semana passada o Governo do Tocantins exonerou mais de 15.000 mil servidores temporários, entre eles cerca de 600 médicos. A justificativa foi uma reforma administrativa que pretende preencher apenas 50% das vagas. Hospitais Regionais de cidades como Porto Nacional foram paralisados. O conselho Regional de Medicina chegou a realizar denúncia a polícia.

Na última sexta-feira (4) o Governo voltou atrás e anulou a demissão de 386 médicos e outros 2.090 mil profissionais de saúde, que corresponde à 60% dos exonerados.

Nota sobre a falta de médico em Miracema:
A Secretaria de Estado da Saúde informa que a paciente Ivanilda Kitidi Xerente foi atendida no Hospital Regional de Miracema e entrou em trabalho de parto de alto risco ,com cordão umbilical enrolado no pescoço da criança (parto pélvico com prolapso de cordão umbilical), sendo necessária a transferência para o Hospital e Maternidade Dona Regina, referência em alto risco no Estado.

A Secretaria ressalta que a paciente foi transferida de ambulância do Hospital Regional de Miracema acompanhada por uma médica, Dra. Gabriella Alves Ribeiro e uma técnica de enfermagem. O parto foi realizado no Hospital e Maternidade Dona Regina.

No Hospital Regional de Miracema haviam escalados dois médicos plantonistas, a Dra. Gabriella e o médico efetivo Dr. Jobel de Sousa Egito que não compareceu a unidade, sendo feito boletim de ocorrência devido à falta do profissional.

A Secretaria irá tomar as medidas administrativas necessárias ao caso, visto que não houve a comunicação da falta para ser realizado a substituição do profissional em tempo hábil. Não houve intercorrências durante o período que a médica acompanhou a paciente até Palmas e o seu retorno para o Hospital de Miracema.

https://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/2019/01/07/por-falta-de-medic…

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