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Polícia usa bombas para retirar índios de fazenda

Jornal do Commercio -Recife-PE
17 de Out de 2001

Cento e dez policiais militares e federais usaram ontem bombas de gás lacrimogênio para retirar cerca de 200 índios caiovás que ocupavam, havia 12 dias, a Fazenda Brasília do Sul, em Juti, a 325 quilômetros ao sul de Campo Grande (MS). A desocupação foi feita sem a presença da imprensa, mantida a cerca de 4 quilômetros do local.
Os índios foram retirados da fazenda depois de dois dias em que permaneceram pintados como guerreiros, aguardando o despejo à força. Os policiais foram recebidos com flechadas, pedradas e cacetadas. Em resposta, a polícia usou bombas de gás lacrimogêneo, armas de fogo com projéteis de borracha, escudos e cacetetes. A sede da fazenda, tomada por 60 índios, foi a primeira a ser desocupada. Gritos, correrias e ameaça de suicídio coletivo surgiram entre os indígenas. Vinte deles formaram uma roda e começaram a tomar um líquido branco e espumante, mas a polícia descobriu tratar-se apenas de água com creme dental.
Durante a tarde, 70 PMs e 40 agentes da Polícia Federal conseguiram a desocupação do imóvel. Escoltados pela polícia, os índios foram levados em ônibus até uma reserva indígena em Caarapó, distante 30 quilômetros de Juti. O chefe do Núcleo de Apoio da Fundação Nacional do Índios (Funai) em Dourados, Jonas Rosa, disse que os índios provavelmente ficarão acampados na beira da estrada, perto da fazenda, porque não têm para onde ir.
Os caiovás afirmam que a fazenda era antiga área indígena. Segundo a Funai, foi feito um estudo antropológico na região, que deve ficar pronto em até 40 dias.

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