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Polícia prende três por contrabando de diamante

Diário de Cuiabá-Cuiabá-MT
31 de Mar de 2003

Eles foram flagrados com US$ 20 mil em pedras, extraídas de reserva indígena

A superintendência da Polícia Federal, que prendeu três pessoas

A Polícia Federal anunciou ontem pela manhã a prisão de três homens - entre eles dois estrangeiros - flagrados com cerca de US$ 20 mil em diamantes, possivelmente extraídos irregularmente da terra indígena Roosevelt, na divisa de Mato Grosso com Rondônia.

O cuiabano Rogério Salvador, o canadense Yoran Seld e Charles Louis Baltazar Gomes, este último com três nacionalidades - francesa, belga e sul-africana - estão desde a noite de sexta-feira presos no setor de triagem do presídio do Carumbé. Eles deverão ser julgados por contrabando de pedras preciosas e evasão de divisas.

Segundo o escrivão Paulo Gomes, os três estavam hospedados no hotel Tayamã, em frente à superintendência da Polícia Federal. Nesse período, agentes já os vinham monitorando através de filmagens da movimentação no saguão do hotel e na área de lazer. "Eles tinham visto de turistas, por isso não poderiam estar a negócios aqui no Brasil", explicou o escrivão.

Após obter evidência de que os três tinham a intenção de deixar o país, a Polícia Federal conseguiu uma decisão autorizando o mandado de busca e apreensão no hotel.

À PF, os estrangeiros disseram que estavam no país a passeio e que os diamantes lhes foram oferecidos em Cacoal (RO) "por acaso". A versão não convenceu os agentes. Na segunda-feira, a peritos da PF vão começar a analisar a qualidade das pedras.

A reserva Roosevelt tem 1.425 hectares, uma população de pouco mais de mil índios cintas-largas e aquela que é considerada uma das maiores jazidas de diamantes da América do Sul.

Segundo especialistas, suas reservas são suficientes para cerca de 10 anos de exploração. Acredita-se que por ano, cerca de US$ 50 milhões são extraídos do local em forma de diamantes. No ano passado, uma mega-operação envolvendo diversos órgãos conseguiu deter o avanço dos garimpos, mas não os erradicou.

Investigações da Polícia Federal apontam que parte das pedras extraídas da reserva era comprada pelo bicheiro João Arcanjo Ribeiro, que controlava o comércio com os países europeus. O "Comendador" está foragido desde o dia 5 de dezembro.

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