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Policia encontra corpo de ativista do Greenpeace

CB, Brasil, p.13
16 de Dez de 2003

Exame cadavérico poderá dizer o que houve com inglesa que sumiu de navio na sexta-feira. Diário de Emily foi entregue à Polícia Federal
Policia encontra corpo de ativista do Greenpeace
O corpo da ativista inglesa Emily Craddock, do Greenpeace, que estava desaparecida desde a madrugada de sexta-feira, dia 12, foi encontrado ontem pela manhã no Rio Pará, a aproximadamente 13 quilômetros de Abaetetuba (PA). A jovem de 27 anos teria caído do navio MVArtic Sunrise, da organização ambientalista, durante a viagem da embarcação no trajeto entre o município de Breves, no arquipélago do Marajó, e Belém. Um diário dela foi entregue à Polícia Federal.
0 reconhecimento do corpo foi feito por um integrante do Greenpeace. Emily foi encontrada morta perto da Ilha do Capim, a 11 quilômetros do ponto em que o navio estava quando ela foi vista pela última vez, na sala de rádio da embarcação, por volta de 0h30 de sexta. A sala de rádio fica na altura do deck do navio. A inglesa era radioperadora e responsável pela contagem da tripulação todas as manhãs, às 7h30.
Na sexta-feira, como Emily não apareceu, o alarme foi acionado e as buscas começaram. A tenente da Polícia Militar do quartel de Abaetetuba, Marília Gabriela Contente Gomes, que comandou o resgate do corpo e o levou para o Instituto Médico Legal Renato Chaves, em Belém, informou que o inquérito foi aberto pela Polícia Civil de Abaetetuba. "Só depois do exame cadavérico é que saberemos o que aconteceu com ela", disse a oficial.
Rio agitado
Além do MV Arctic Sunrise, participaram das buscas três lanchas (da Marinha, do Corpo de Bombeiros e da União dos Práticos da Amazônia), dois helicópteros (do Greenpeace e do Ibama) e um avião Cessna do Greenpeace. Havia 30 integrantes do Greenpeace a bordo na noite em que ela desapareceu, incluindo tripulação e passageiros, além de dois práticos (profundos conhecedores dos rios da região).
De acordo com a assessoria de imprensa do Greenpeace, o rio estava agitado, mas não houve tempestade. Foi aberto inquérito para apurar como ela caiu na água e as causas da morte. "Ela era uma pessoa normal, super aplicada, responsável e muito concentrada no seu trabalho", descreveu Nilo Dávila, gerente de projetos da organização não-governamental.
Segundo nota divulgada pela família de Emily e pela direção do Greenpeace, cabe às autoridades brasileiras estabelecer as causas da morte. Malcolm Craddock, pai de Emily, disse que enquanto a polícia estiver fazendo o seu trabalho ele pede a todos para respeitar o luto e a privacidade da família.

Navio detido em Belém
Por determinação da Polícia Federal, o navio ficará retido no porto da capital paraense até que as investigações sejam concluídas. A hipótese mais provável, levantada pelos próprios militantes do movimento, é que a inglesa Emily Craddock teria se desequilibrado e caído no Rio Pará, durante manobra da embarcação numa área onde a correnteza é muito forte.
A última vez em que foi vista pelo prático de bordo, por volta da meia-noite de quinta-feira, ela estava na sala de rádio. 0 MV Arctic Sunrise está realizando uma expedição no Pará em defesa da criação de reservas extrativistas e contra a exploração ilegal de madeira e outros crimes ambientais. 0 navio havia saído de Porto de Moz na quarta-feira em direção a Belém, onde deveria ficar até hoje. De lá, partiria em direção ao Chile.

CB, 16/12/2003, p. 13

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