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Poder público e ongs se aproximam no discurso

Diário de Cuiabá, Cidades
22 de Nov de 2003

Poder público e ongs se aproximam no discurso

Do Estação Vida

Terminou em clima de paz entre ongs, governos federal e estadual e empresários o Encontro BR 163 Sustentável, promovido pelas ongs brasileiras Instituto Sócioambiental (ISA) e Instituto Centro de Vida (ICV) com apoio do Fórum Mato-grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Formad), WWF, Greenpeace e outras entidades ambientalistas. Durante o evento, ocorrido entre terça e quinta-feira, participantes levantaram problemas e soluções para minimizar possíveis impactos sociais, culturais e ambientais após o asfaltamento da BR 163.

A ministra Marina Silva apresentou uma proposta de criação de um grupo de trabalho ou até mesmo um consórcio social, que tenha a participação dos movimentos sociais nas decisões em relação à rodovia.

Marina disse que o encontro foi fundamental para mostrar muitos erros cometidos no passado com obras públicas na região como também foi uma demonstração de maturidade e democracia. A ministra confirmou a preocupação do governo federal com o asfaltamento da rodovia tanto no Mato Grosso como no Pará e por isso tem 11 ministérios envolvidos com a questão.

No encerramento do encontro, os ministros Ciro Gomes e Marina Silva e o governador Blairo Maggi receberam um documento de quatro páginas com as reivindicações, baseadas principalmente em regularização fundiária, fortalecimento da agricultura familiar, proteção dos recursos naturais, proteção das terras indígenas e criação de um corredor de unidades de conservação baseado na Serra do Cachimbo e Parque Estadual do Cristalino, considerado pela ciência internacional como a área de maior biodiversidade do planeta.

Mas um dos saldos considerados mais positivos do encontro é que não resta mais dúvidas de que os ambientalistas não são contrários ao asfaltamento, desde que a obra da estrada seja feita de forma sustentável, planejada como jamais se fez uma rodovia no Brasil. "Pelo que foi dito aqui e lido no documento não temos mais dois lados, mas um só objetivo. Precisamos agora fazer concessões, juntar os cacos do passado e evitar os problemas no futuro. Essa é a principal lição que vamos tirar neste evento", afirmou o governador Blairo Maggi.

Blairo disse ainda que pretende pagar a conta que tem o governo do estado quanto aos muitos problemas que foram colocados pelas lideranças indígenas, tais como a destruição dos rios e a invasão das reservas. Ao todo 17% do território mato-grossense é de áreas indígenas.

Diário de Cuiabá, 22/11/2003, Cidades

http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=161885

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