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Pobres já pagam conta do clima, diz painel

FSP, Ciência, p. A16-A19
Autor: MUNASINGHE, Mohan
07 de Abr de 2007

Pobres já pagam conta do clima, diz painel
África, Ártico e deltas asiáticos são as regiões mais sensíveis ao aquecimento
Segunda parte do esperado quarto relatório do IPCC prevê extinção de espécies, falta d'água e inundações antes do final deste século

Marco Aurério Canônico
Enviado especial a Bruxelas

A combinação das mudanças climáticas e seus efeitos com a destrutiva presença humana deve vencer a capacidade dos ecossistemas de absorverem os impactos -e a conta, como de costume, será cobrada das populações mais pobres.
A falta d'água em regiões já secas, como o sertão nordestino e partes da África, e o excesso dela em áreas sujeitas a inundações, como os superpopulosos deltas de rios asiáticos, porão em risco "muitos milhões de pessoas" até 2080.
Esses cenários, medidos com um grau inédito de especificidade, foram apresentados ontem em Bruxelas (Bélgica) pelos cientistas do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática). Eles se apóiam em 29 mil séries de dados de observações, contidas em 75 estudos científicos.
Depois de demonstrar a culpa da ação humana nas mudanças climáticas em fevereiro, na primeira parte de seu Quarto Relatório de Avaliação (AR4), o IPCC agora fechou o elo comprovando a ligação entre tais alterações de temperatura e os impactos já observados nos ecossistemas da Terra.
A constatação mais trágica é que as regiões mais impactadas são justamente as mais pobres, "onde as pessoas são menos capazes de se adaptar à mudança climática", como disse o indiano Rajendra Pachauri, presidente do IPCC.
"É exatamente o que nós não gostaríamos que acontecesse: o aquecimento tornando um mundo desigual ainda mais desigual", declarou o britânico Martin Parry, co-presidente do grupo de trabalho que apresentou ontem o sumário executivo da segunda parte do AR4.
O texto, direcionado aos formuladores de políticas públicas, aponta que, até 2020, uma população de até 250 milhões de pessoas vai ser exposta à falta de água na África, com uma redução de até 50% na produção agrícola em alguns países.
O cenário é semelhante em diversas partes superpovoadas da Ásia, onde "mais de um bilhão de pessoas" podem ser afetadas até 2050. Na América Latina, é esperado que o aquecimento leve "à salinização e desertificação das terras cultiváveis" nas regiões mais secas.
A apresentação destacou o nordeste brasileiro, onde a recarga de aqüíferos pode cair 70% até a década de 2050.
A lista de ecossistemas já afetados é vasta: recifes de corais, o Ártico, florestas boreais, montanhas, regiões mediterrâneas e costeiras, manguezais.

Adaptação
O relatório tratou ainda das medidas de adaptação às mudanças climáticas que já são necessárias, uma vez que os impactos futuros são "inevitáveis devido às emissões [de gases-estufa] do passado".
"Apesar de toda a conversa sobre mitigação, nos próximos dez a 50 anos as estratégias de adaptação serão vitais e quanto antes começarmos a adotá-las, melhor", disse Parry.
"Mesmo que chegássemos a um consenso sobre mitigação, e progredimos pouco na última década, seus efeitos só seriam sentidos a longo prazo, por isso vamos ter de nos adaptar."
Alguns esforços adaptativos já estão ocorrendo, segundo o texto, mas ainda é preciso mais investimento nessa área, que tem "alguns limites e custos" que não foram totalmente compreendidos.
O clima da apresentação de ontem foi, como de praxe, sombrio, dadas as previsões e dados apresentados. Ainda assim, os cientistas evitaram a pecha de pessimistas ou catastrofistas.
"Não acho que as previsões sejam aterrorizantes, elas são sérias. Acima de tudo, não acho que estejamos exagerando. Pelo contrário, o IPCC tende a reduzir o impacto das informações, porque elas são revisadas", disse Parry.
Segundo o britânico, quem exagera a partir dos dados apresentados é a imprensa e a população que recebe as notícias.
"Acho que o público e a imprensa já estão à frente da ciência em termos de previsões catastróficas, fazendo conexões que ainda não estão nos dados."
O otimismo torto do IPCC foi bem traduzido pelo outro co-presidente do atual grupo de trabalho, o argentino Osvaldo Canziani. "Algum dia aprenderemos, as pessoas aprendem quando apanham."
A surra climática, nitidamente, já começou. Resta acudir quem está sentindo.

Pressão de políticos "suaviza" relatório
Pesquisadores e ONGs criticam mudanças no texto final, impostas por governos; savanização da Amazônia some de tabela
Polêmica sobre grau de confiança das projeções de extinção de espécies vira motivo de protesto formal de cientistas americanos

Do enviado a Bruxelas

"É bem conhecida a dicotomia entre ciência e política. Cada governo tem necessidades e interesses próprios."
A frase, do argentino Osvaldo Canziani, co-presidente do Grupo de Trabalho 2 do IPCC, resume o intenso conflito entre cientistas e representantes de governos que se viu durante essa reunião em Bruxelas.
A transformação do calhamaço de evidências científicas que é o sumário técnico em um resumo de poucas páginas voltado aos formuladores de políticas públicas nunca é um processo rápido e tranqüilo, já que cada governo tenta incluir ou retirar dados e declarações de acordo com seus interesses.
Mas o que se viu ontem foi uma rebelião armada por um grupo de cientistas após mais de 24 horas seguidas de discussão, durante as quais alguns países -notadamente a China, a Rússia e a Arábia Saudita- tentaram "diluir" as afirmações contidas no sumário final.
Cientistas como os norte-americanos Cynthia Rosenzweig, da NASA, registraram objeções oficiais, afirmando que o sumário desqualificava a ciência ao retirar alguns dados.
A principal polêmica ficou centrada no material que ligava a emissão de gases-estufa aos impactos do aquecimento global, mas projeções sobre extinção de espécies e alguns cenários de mudanças nos sistemas hídricos também caíram.
Os chineses acabaram conseguindo que a expressão "confiança muito alta", usada para qualificar o grau de certeza da afirmação de que o aquecimento já está afetando sistemas naturais, fosse cortada do texto.
Antes disso, já se havia trocado a expressão "alto risco" por "risco aumentado" para se referir à ameaça de extinção de até 30% das espécies.
"Tivemos de derrubar parte do material porque não houve tempo para lidar com ele", disse Martin Parry, o outro co-presidente do grupo 2 do IPCC.
"Algumas mensagens foram perdidas, não cobrimos alguns aspectos por falta de tempo ou de concordância, mas não acho correto dizer que a mensagem geral se perdeu ou foi diluída."
Ambientalistas que acompanharam a reunião também criticaram o resultado final.
"Esse sumário não é mais para os "policymakers", é dos "policymakers'", afirmou Lara Hansen, do WWF.
"Houve um cuidado maior dos negociadores na hora de selecionar a linguagem adotada nesse relatório, porque ele está em grande evidência", disse Karen Suassuna, técnica de mudanças climáticas do WWF Brasil, que estava em Bruxelas.
"Qualquer coisa muito clara que saia daqui vai exigir ações à altura, e são os Estados que terão de responder."

Amazônia
Também foi cortada do texto final a referência à savanização (conversão em cerrado) de cerca de 20% da floresta amazônica com um aumento de até 2,5C na temperatura do planeta, e à extinção prevista de 45% das árvores amazônicas com 5C de aquecimento.
A supressão teria sido feita a pedido de países ricos, devido ao grau de confiabilidade "médio" da projeção. A menção foi mantida, sem números, em outra parte do sumário.
O físico Paulo Artaxo, da USP, membro do grupo 1 do IPCC, não condenou o corte. "No caso da Amazônia, há dois processos concorrendo na destruição. O primeiro, a ocupação desordenada, ninguém sabe como vai evoluir nos próximos 30 anos. Esse processo compete com a destruição da floresta pelas mudanças climáticas. É impossível o relatório dizer que vai haver 20%, 30% ou 40% de destruição da Amazônia." (MAC)

Argentino critica álcool e chora por Mato Grosso

Do enviado a Bruxelas

A polêmica do álcool, que ganhou destaque nesta semana após as críticas do presidente cubano Fidel Castro, chegou de surpresa na reunião do IPCC ontem, devido à intervenção do climatologista argentino Osvaldo Canziani. Co-presidente do grupo de trabalho que apresentou ontem seu relatório -no qual não há menção ao etanol- , Canziani surpreendeu a platéia ao criticar a atual ênfase nos benefícios dos biocombustíveis, citando especificamente o caso do Brasil.
"A maior preocupação da América Latina são os produtores de biocombustíveis. Sou crítico porque sei como eles são produzidos, as monoculturas que são feitas são destrutivas."
Canziani também afirmou que o recente interesse dos EUA na questão dos biocombustíveis é apenas um subterfúgio, já que o país não é signatário das reduções de emissões de CO2 estabelecidas pelo Protocolo de Kyoto.
José Miguez, representante do Ministério da Ciência e Tecnologia, que participou da reunião em Bruxelas, afirmou que desconhecia a posição de Canziani sobre o álcool, já que o assunto não foi debatido.
"Isso não está nesse relatório, faz parte da mitigação, de que vamos tratar no próximo texto", disse Miguez, referindo à reunião do IPCC na Tailândia no final deste mês.
"Não sei por que ele está falando isso, possivelmente não conhece o que é feito com biocombustível no Brasil", disse Miguez. "Estamos em uma posição singular em termos de efeito estufa justamente por causa das fontes renováveis de energia."
Declarando-se "paulista de adoção", Canziani afirmou que conheceu bem o Brasil durante os 25 anos que trabalhou como consultor da Organização Meteorológica Mundial.
"Conheci a célula da Mata Atlântica, que não existe mais, conheci o Amazonas, Mato Grosso, onde não há mais nada, porque plantaram soja para exportação, e agora, com os biocombustíveis, será terrível."
O argentino também é crítico em relação a seu país, onde "a soja domina e o trigo para o pão se acaba", e acusa os políticos. (MAC)

Eliminar pobreza é melhor estratégia, diz vice do IPCC
Para economista, país rico pode reduzir emissões sem perder qualidade de vida
Tecnologia de redução de emissões pode ser criada rápido se governos derem o sinal certo às indústrias, afirma Mohan Munasinghe

Do enviado a Bruxelas

A melhor estratégia de adaptação às mudanças globais no clima é a redução da pobreza, especialmente nos países africanos. Sem isso, afirma o economista cingalês Mohan Munasinghe, vice-chefe do IPCC, "as pessoas não vão viver o suficiente para sentirem os efeitos das mudanças climáticas". Em entrevista à Folha, concedida na véspera do lançamento do sumário executivo do Grupo de Trabalho 2 do painel do clima, Munasinghe diz que o relatório não é catastrofista e que os países ricos devem tomar a dianteira na redução dos gases-estufa. Leia a entrevista. (MAC)

FOLHA - Qual é a principal mensagem deste relatório para os países pobres?

MOHAN MUNASINGHE - Ela é muito séria: o cinturão tropical, onde estão os países em desenvolvimento, será muito afetado, os países mais pobres sofrerão os piores efeitos e os grupos mais pobres são os mais vulneráveis. Na América Latina há três problemas específicos: a escassez de água é o primeiro. Se a temperatura subir entre 1C e 2C, que é o que se prevê para o fim do século, devemos ter 50 milhões de pessoas afetadas pela falta d'água. E isso também tem conseqüências na produção de comida. Outro é a redução da biodiversidade, principalmente na floresta amazônica. Com um aumento de até 2C, as árvores serão as principais afetadas. A partir daí, muitos animais serão afetados, porque não conseguem migrar no mesmo ritmo das mudanças climáticas. O terceiro é a perda de geleiras, especialmente na região dos Andes. Esses efeitos têm uma chance alta de acontecer, e, como já há uma quantidade de gases do efeito estufa na atmosfera, mesmo com a parada total das atividades humanas alguns vão acontecer.

FOLHA - O que se deve fazer?

MUNASINGHE - Para os países em desenvolvimento, que já têm problemas sérios de pobreza, a principal prioridade é aumentar a renda da população e a qualidade de vida. Afinal, se não resolvermos os problemas de desenvolvimento hoje -má nutrição, falta de saúde, de habitação- as pessoas não vão viver o suficiente para sentirem os efeitos das mudanças climáticas. E o modo de fazer isso é combinando melhorias de renda e erradicação da pobreza com redução de emissões.
Combater as mudanças climáticas e criar estratégias de adaptação a elas não significa que precisamos abrir mão do desenvolvimento.

FOLHA - Como devem ser divididas as responsabilidades sobre a redução de emissões? É cada vez mais consensual que os países pobres deverão também adotar metas.

MUNASINGHE - Os países desenvolvidos têm de mostrar liderança na mitigação das mudanças climáticas. Os países em desenvolvimento têm consciência e querem contribuir, mas suas emissões per capita são muito pequenas se comparadas com as dos países ricos, e eles precisam aumentar seu uso de energia para crescer, então eles ainda têm um espaço para aumentar suas emissões. Os países desenvolvidos é que precisam reduzir suas emissões, e podem fazer isso sem diminuir a qualidade de vida, há tecnologia para isso. Os países europeus são muito mais sérios nisso do que os EUA, que não aceitam o protocolo de Kyoto.

FOLHA - Qual é a sua opinião sobre o programa brasileiro do álcool?

MUNASINGHE - O etanol não deve ser visto apenas sob a ótica das mudanças climáticas, já que as emissões de carbono são apenas uma pequena parte da equação. O mais importante do etanol é seu papel na segurança energética, já que a demanda por petróleo segue aumentando e as reservas começaram a declinar. Ele só não serve para países com pouca terra, destinada só à produção de comida.

FOLHA - O resultado do relatório do Grupo de Trabalho 2 é motivo para pânico?

MUNASINGHE - Não será uma apresentação catastrofista. As pessoas verão que as mudanças não vão acontecer da noite para o dia. Até 2030 veremos alguns efeitos modestos, centrados principalmente nos ciclos hidrológicos e no derretimento das geleiras. Até 2050 os efeitos serão maiores e crescem daí por diante, mas nossos poderes de previsão não são tão apurados a partir dessa data. A informação mais dramática é que eventos extremos, como furacões, vão ficar mais comuns.

FOLHA - Ainda há espaço para ceticismo em relação ao aquecimento?

MUNASINGHE - Eu já achava há seis anos, no terceiro relatório, que havia pouco espaço para negação. Com os dois últimos relatórios, eliminamos a possibilidade de negar a influência da ação humana e a relação entre mudanças climáticas e mudanças naturais. O único argumento a que os negadores ainda podem se agarrar é o de que talvez precisemos de mais tempo para a mitigação. Alguns dizem que é muito caro começar esse trabalho agora, que daqui a 20 anos teremos novas tecnologias e poderemos resolver isso muito mais rapidamente. Se sinalizarmos hoje às empresas que estamos falando sério sobre as ações para mitigar as mudanças climáticas, elas desenvolveriam a tecnologia em poucos anos. Se ficarmos divididos, considerando começar a mitigação daqui a 20 anos, as empresas não farão nada.

FOLHA - Quanto o público ainda agüenta ouvir sobre mudança climática? A repetição excessiva da mensagem não pode acabar dessensibilizando a população?

MUNASINGHE - Como a mudança climática é um fenômeno que se manifesta a longo prazo e os interesses das pessoas são mais imediatos, esse cansaço pode acontecer. Mas o aumento dos eventos climáticos extremos pode mudar isso -um furacão Katrina desperta muita atenção sobre o clima. Não quero dizer que todos os eventos extremos são causados pelas mudanças climáticas, mas esses eventos lembrarão as pessoas, de tempos em tempos, que o problema está lá.

Para Marina Silva, desafio climático não é ignorado

Eduardo Geraque
Da reportagem local

Apesar da magnitude do problema e da preocupação que os relatórios do IPCC geraram no governo brasileiro, não existe paralisia por parte do país diante do aquecimento global, afirma a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. "O Brasil não foi pego desprevenido. Nós tivemos o empenho que o fato exige", disse ela à Folha.
Marina cita uma série de ações para justificar sua argumentação. "Em 2003, já cientes do problema, lançamos oito editais para a realização de estudos técnicos e científicos, que acabaram de ser publicados. O Brasil tem o seu plano de recursos hídricos, o plano contra o desmatamento, contra a desertificação e o seu programa de biocombustíveis", disse.
O número de ações é tão expressivo, segundo Marina, que ela já conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que isso seja reunido em um plano nacional de enfrentamento das mudanças do clima.
Para a ministra, nem o Brasil, nem nenhum país do mundo está hoje totalmente preparado para enfrentar o tamanho do desafio climático. "A região mais vulnerável do Brasil é o semi-árido. Na Amazônia, o problema também é grande".

Barco de gelo
Apesar de o aquecimento global só poder ser desacelerado no longo prazo e se a redução das emissões de carbono começar agora, a ministra não acha que o Brasil deva assumir metas obrigatórias de corte.
O país hoje, pelo Protocolo de Kyoto, não tem obrigação de diminuir suas emissões, diferentemente do que ocorre com os países mais ricos.
"Como o barco é de gelo, ninguém deve ficar advogando o direito de continuar esquentando o barco, porque, caso contrário, todos vão afundar".
O discurso da ministra tem endereço certo. Para ela, os americanos continuam advogando o direito de cometer erros, "como os europeus fizeram no passado".
Para Marina, o Brasil já tem de ocupar uma posição de vanguarda agora, para que esse posicionamento internacional continue em 2013, ano em que começa a segunda fase do Protocolo de Kyoto.
"As propostas devem ser feitas a partir do que existe hoje. Os países ricos apresentam muitas idéias para a redução das emissões, mas é o Brasil que tem quase 45% de sua matriz energética renovável".

Biocombustíveis
Os investimentos em combustíveis menos sujos também foram exaltados ontem pela representante do escritório de política de ciência e tecnologia da Casa Branca.
Para Sharon Hays, o plano do governo americano de reduzir em 20% o uso da gasolina na próxima década é uma prova cabal de que o país está também bastante preocupado com o aquecimento global.
O secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, também se diz preocupado com o que os governos vão fazer a partir de agora. "Medidas adequadas de adaptação têm o potencial de aliviar as piores conseqüências mostradas no relatório. Mas elas precisam ser rápidas."

FSP, 07/04/2007, Ciência, p. A16-A19

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