VOLTAR

Plataforma do Banco Mundial prevê local e volume de desmatamento na Amazônia

Valor Econômico - https://valor.globo.com/
30 de Abr de 2024

Plataforma do Banco Mundial prevê local e volume de desmatamento na Amazônia
A ideia é que a ferramenta auxilie no desenvolvimento de políticas públicas de prevenção à destruição do bioma

Murillo Camarotto

30/04/2024

O Banco Mundial e o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) anunciaram nesta terça-feira (30) uma plataforma que ajuda a estimar tanto o volume quanto a localização do desmatamento que ainda vai acontecer na região. A ideia é que a ferramenta auxilie no desenvolvimento de políticas públicas de prevenção à destruição do bioma.

De acordo com o modelo usado na plataforma, o desmatamento brasileiro combina fatores macroeconômicos e de governança ambiental com um índice de vulnerabilidade das áreas de vegetação nativa.

Com base nos dados macroeconômicos, a ferramenta consegue estimar a quantidade de desmatamento esperada para o futuro. Já as informações sobre a governança ambiental e a vulnerabilidade das áreas permite identificar os locais com maior probabilidade de acontecerem as ações de desmatamento.

As análises macroeconômicas são baseadas em estimativas do Banco Mundial e levam em consideração, por exemplo, dados sobre taxa de câmbio e preço das commodities. "O trabalho com o IPAM nos permite modelar o desmatamento ao longo do espaço e do tempo, a partir das nossas premissas," explicou Marek Hanusch, economista líder do Banco Mundial.

Já para mapear as regiões com maior propensão ao desmatamento, foram utilizadas informações do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) acumuladas entre 2017 e 2022. A análise dos dados históricos e de fatores como domínio da terra e proximidade de rodovias ajudou a desenhar as tendências.

"A projeção mostra a quantidade de desmatamento esperado, onde é provável que aconteça e quais fatores representam uma forte conexão com essa dinâmica. Dessa maneira, podemos pensar em estratégias mais direcionadas para o problema em questão", diz Andrea Garcia, pesquisadora do IPAM.

Se apenas seguir a tendência dos últimos anos, sem considerar as previsões macroeconômicas, o desmatamento acumulado entre 2020 e 2025 será de 50 mil km2, de acordo com o modelo. Esta extensão é 35% maior do que no cenário que considera também os fatores econômicos.

Já a distribuição espacial do desmatamento prevista pelos três modelos utilizados indica a região central do Pará e o sul do Amazonas, especialmente as regiões próximas a estradas, como as áreas com maior risco de desmatamento. Valores menores, segundo o estudo, são observados entre Cerrado e Amazônia.

https://valor.globo.com/brasil/noticia/2024/04/30/plataforma-do-banco-m…

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.