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Plantas nativas do Maciço da Tijuca são transferidas para o Jardim Botânico

Inea/RJ - www.inea.rj.gov.br
10 de Jun de 2010

Para dar início à construção da Linha 4 , que vai levar o metrô até a Barra da Tijuca, a Secretaria de Transportes e o Consórcio Construtor Rio Barra iniciaram, esta semana, um minucioso trabalho de cuidado e proteção ao meio ambiente. Mais de 1.500 plantas nativas, na maioria bromélias, estão sendo transferidas das encostas da Pedra do Focinho do Cavalo, no Maciço da Tijuca, diretamente para estufas no Jardim Botânico. A ação, prevista para terminar no dia 15 deste mês, faz parte do Compromisso de Compensação Ambiental firmado com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), órgão executivo da Secretaria do Ambiente.

Para garantir o menor impacto possível às espécies, equipes de alpinismo foram contratadas para fazer a retirada da vegetação. Os trabalhos, que contam com o apoio de biólogos e engenheiros, se estendem por uma área de 1.400 m² da Pedra Focinho do Cavalo, onde será construído o túnel de serviço para a construção da galeria principal da Linha 4. Entre as espécies transplantadas estão Quaresminha (Tibouchina Corymbosa), dois tipos de bromélias (Alcantarea Glaziouana e Pitcairnia Albiflos) e Clúsia (Clusia Fluminensis), que serão levadas para estufas especiais no Jardim Botânico, onde serão cultivadas e, posteriormente, utilizadas para mitigar áreas degradadas no Parque Nacional da Tijuca.

- O importante desta ação é que salvamos duas vezes as espécies. Já que não vamos destruí-las para a construção do metrô e depois vamos replantá-las na Floresta da Tijuca. Para mim, isso é gratificante, além de fundamental para mostrar às outras empresas de construção a importância de um trabalho como este, de preservação da flora - explica biólogo do Jardim Botânico, Cláudio Fraga.

Oito alpinistas fazem o resgate das espécies a 30 metros de altura. Com a ajuda de cordas, as plantas são levadas até o chão sem sofrer danos. O proprietário da empresa contratada, Edgard Moreira da Rocha, conta que esta é a primeira vez que resgata plantas. Acostumado com indústrias navais e petrolíferas, ele torce para que serviços como este se tornem mais constantes.

- Para a gente este é um trabalho gratificante. Além de estarmos em contato direto com a pedra, o que geralmente só ocorre em escaladas de lazer, estamos ajudando a preservar as espécies. Futuramente, reencontraremos estas plantas na Floresta da Tijuca, onde costumamos fazer montanhismo - disse Rocha.

O engenheiro da Rio Trilhos Eduardo Aguiar explica que esta área será utilizada para a construção do túnel de serviço, que terá 260 metros de comprimento e futuramente poderá ser utilizado para saída de emergência e ventilação do metrô.

- Caso seja necessário, também faremos o mesmo trabalho na construção do túnel de via. Esta é uma ação muito importante para a preservação da fauna e mostra como a consciência ambiental está evoluída. No início da minha carreira, as empresas não se preocupavam com isso, a vegetação era degradada sem nenhuma explicação - lembra Aguiar.

Cerca de três caminhões de plantas estão sendo levados diariamente para o Jardim Botânico. Lá, as espécies serão armazenadas em três estufas construídas pelo Consórcio Construtor Rio Barra. A expectativa é que todas estejam replantadas em um prazo de dois anos em áreas devastadas da Floresta da Tijuca.

Para o secretário de Transportes, Sebastião Rodrigues, a iniciativa é nobre e deve servir de exemplo.

- Trabalhamos pela mobilidade urbana e sabemos da responsabilidade em obras como essa da Linha 4, que requer esse cuidado com o meio ambiente. É importante levar o metrô a Barra, para transformar a realidade de muita gente. Somando isso à preservação da natureza todos ganham - comentou o secretário.

http://www.inea.rj.gov.br/noticias/noticia_dinamica1.asp?id_noticia=857

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