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PF prende presidente da OAS em investigação sobre transposição

O Globo, País, p. 9
12 de Dez de 2015

PF prende presidente da OAS em investigação sobre transposição

CLEIDE CARVALHO / RENATO ONOFRE

SÃO PAULO - O presidente da OAS, Elmar Varjão, foi preso na sexta-feira durante a Operação Vidas Secas, da Polícia Federal, em Pernambuco. A operação investiga desvio de R$ 200 milhões em recursos públicos nas obras de transposição do Rio São Francisco.
Varjão, que havia assumido o posto em janeiro, é o segundo presidente da empreiteira a ser preso em pouco mais de um ano. Em novembro do ano passado, José Aldemário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, foi preso na Operação Lava-Jato. Em agosto, a Justiça condenou Pinheiro a 16 anos e quatro meses de prisão por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.
A operação realizada pela Polícia Federal investiga irregularidades em contratos de dois dos 14 lotes da transposição do São Francisco, num trecho de 82 quilômetros entre as cidades de Custódia, em Pernambuco, e Monteiro, na Paraíba. As obras, que custaram R$ 680 milhões, foram realizadas por um consórcio formado pelas empresas OAS, Galvão Engenharia, Barbosa Mello e Coesa. Também foram presos Mário de Queiroz Galvão e Raimundo Maurílio de Freitas, da Galvão, e Alfredo Moreira Filho, ex-representante da Barbosa.
As investigações começaram no ano passado, a partir de irregularidades detectadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Controladoria Geral da União (CGU). Ao longo das apurações, o juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava-Jato, autorizou o compartilhamento das informações, o que permitiu a identificação de transferências de recursos do consórcio para empresas do doleiro Alberto Youssef e do operador Adir Assad.
Além das prisões, foram cumpridos quatro mandados de condução coercitiva (quando a pessoa é levada para depor) e 24 de busca e apreensão. O objetivo dos investigadores agora é descobrir os núcleos administrativo e político do esquema de desvio de recursos na obra de transposição do Rio São Francisco.
- Queremos saber agora sobre a participação de eventuais servidores públicos e eventuais políticos que estejam envolvidos na trama - afirmou o superintendente da Polícia Federal, em Pernambuco, Marcello Cordeiro.
CONSTRUTORA LAMENTA PRISÃO
O superintendente revelou ainda que foram identificada também a transferência de R$ 576 mil da Galvão para a JD Assessoria, empresa de consultoria do ex-ministro José Dirceu, que também foi preso pela Operação Lava-Jato.
A OAS informou que "prestou à PF todas as informações solicitadas e ressalta que sempre esteve à disposição das autoridades, portanto, lamenta a prisão desnecessária de seu executivo Elmar Varjão". O Grupo Galvão afirmou que ainda não tomou conhecimento dos detalhes da investigação e informa que tem o compromisso de colaborar com o poder público para que tudo seja esclarecido. O advogado da Barbosa Mello, Leonardo Bandeira, disse que a empresa não foi alvo de busca e apreensão e que ficou sabendo da investigação pela imprensa. A Coesa não foi localizada.

O Globo, 12/12/2015, País, p. 9

http://oglobo.globo.com/brasil/novo-presidente-da-oas-preso-por-desvio-…

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