Agora MS
11 de Jan de 2007
Ontem, a Polícia Federal de Ponta Porã instaurou inquérito Policial para investigar as circunstâncias da morte da indígena Zulita Lopes, e dos ferimentos de outro membro da aldeia Itaquaperi, em Amambai.
As primeiras análises indicam que os disparos ocorreram durante confronto entre índios e funcionários da fazenda Madama para desocupação desta.
Uma das vias de acesso à fazenda estava interditada, mesmo assim foram realizadas perícias no local, sendo encontrado alguns rojões usados, cápsulas de munições deflagradas, arcos, flechas e um galpão incendiado.
Foram ouvidos os índios que ocupavam o local e confirmaram o confronto, além dos funcionários da empresa de segurança que trabalham no local, que, apesar de terem ouvido o barulho, disseram não ter participado do mesmo.
Onze pessoas devem ser ouvidas na Polícia Federal entre os dias 12 e 18 ainda deste mês.
A fazenda Madama, em Amambai, que havia sido invadida pelos indígenas Guarani-caiuá. Informações da Polícia indicam que três pessoas da empresa de segurança contratada pelos fazendeiros foram intimadas a prestar declarações na próxima sexta-feira, na Policia Federal de Ponta Porã, acusadas do assassinato. Os policiais investigam ainda se
a empresa é responsável pelas lesões corporais aos indígenas. O índio Valdeci Ximenes, 22 anos, foi atingido por três tiros nas pernas.
Segundo a Polícia Federal, pessoas fortemente armadas abordaram os indígenas. O procurador da República em Dourados, Charles Estevan Pessoa da Mota, solicitou que a PF investigasse o caso. Ele está investigando a participação de grupos já especializados na desocupação de áreas invadidas. O Cimi (Conselho Indigenista Missionário) já denunciou a existência de milícias responsáveis pela morte dos indígenas.
O conflito entre os indígenas ocorreu depois que alguns deles roubaram um trator e uma carreta de duas fazendas. Quatro deles acabaram presos, sendo que Francisco Fernandes, de 38 anos, é um dos acusados de comandar a invasão. Os índios são da aldeia Taquapery, de Coronel Sapucaia.
O dono da área, Antônio Vendramini, ainda não havia entrado com pedido de reintegração de posse, pois estava negociando com os indígenas.
Eles já desocuparam a área e realizaram ontem o enterro da índia morta no conflito.
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