PF desativa garimpos

A Delegacia de Combate aos Crimes Ambientais da Polícia Federal desencadeou, na segunda-feira, 04, a Operação Aracaça, destinada a combater o garimpo ilegal na região do Uraricuera, a noroeste da terra indígena Yanomami, no Município de Amajari.

A ação executada por sete policiais federais foi encerrada ontem com a apreensão de equipamentos utilizados para a garimpagem, dentre os quais um motor a diesel, galões com combustível, mangueiras de garimpo, bomba d'água e ferramentas.

Os equipamentos foram encontrados em um dos afluentes do rio Uraricuera, no Igarapé Aracaça, a 400 quilômetros da Capital. Havia ainda no local uma balsa abandonada com vestígios de atividades recentes. O material localizado indicava que os garimpeiros estavam se mudando para outro local no mesmo rio, à procura de mais ouro.

No momento em que os federais se aproximaram do local, um dos dois garimpeiros supostamente responsáveis pela prática ilegal estava descarregando material. Ao avistar a aproximação dos policiais, o garimpeiro saiu em fuga pela mata. A equipe iniciou uma perseguição, mas, em razão da distância em que estavam, não foi possível a localização do acusado.

Os policiais chegaram até o local através de informes recebidos de indígenas da região que narravam a existência de garimpeiros no rio Uraricuera. A equipe chegou ao município de avião e se deslocou de voadeira pela extensão do rio, encontrando apenas indícios de garimpos desativados. Foi realizada uma vistoria por todos os afluentes verificando possíveis locais em que balsas poderiam estar escondidas.

Esta é a segunda operação realizada durante esse ano no intuito de desarticular garimpos. A anterior, ocorrida em janeiro, culminou na prisão de cinco garimpeiros que estavam indo para a região do Mucuim, onde pretendiam abrir um garimpo. Eles foram acusados de matar um tuxaua de uma aldeia localizada no Município de São Luís do Anauá.

De acordo com o delegado Alan Gonçalves, durante o ano serão realizados diversos trabalhos na área de combate ao garimpo ilegal, sendo executados à medida que os informes forem confirmados e que toda parte logística de ida para o local esteja preparada.
Dentre as atribuições do órgão federal está o combate ao garimpo dentro e fora da terra indígena, combate ao desmatamento, ao tráfego de animais silvestres, dentre outros.

"Vamos planejando nossas atividades e executando conforme a agenda, mas estas são ações contínuas e regulares. Estamos agora em fase de planejamento de várias outras. Pelo fato de o combate ao garimpo se tratar de uma atividade que requer uma logística mais apurada e complexa, temos que planejar nos mínimos detalhes o desencadeamento. No decorrer do ano estaremos desativando diversas outros garimpos dentro e fora da terra indígena", destacou o delegado.

PENAS - Os garimpeiros que forem pegos praticando o ato ilegal estão sujeitos às penas do artigo 55 da Lei 9605/98, que configura crime ambiental com pena de detenção de seis meses a um ano, e do artigo segundo da Lei 8176/91 referente à usurpação da matéria prima da União, crime contra o patrimônio, com detenção de um a cinco anos.