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PF combate extração de madeira em reservas indígenas

Globo Rural- http://revistagloborural.globo.com
Autor: Venilson Ferreira
14 de Jul de 2016

A Polícia Federal, em conjunto com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Ministério Público Federal, deflagrou na manhã desta quinta-feira (14) a Operação Hymenaea, com o objetivo de combater grupo criminoso ligado à extração e à comercialização de grandes quantidades de madeira ilegal, provenientes da Terra Indígena Caru e da Reserva Biológica do Gurupi.

Mais de 300 policiais federais, apoiados por servidores do Ibama e por policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) de Brasília e do Rio de Janeiro, estão dando cumprimento a 77 medidas judiciais, sendo 11 mandados de prisão preventiva, 10 mandados de prisão temporária, 56 mandados de busca e apreensão.

A Justiça determinou a suspensão da certificação de 44 empresas madeireiras, localizadas em São Luís, Imperatriz, Buriticupu, Açailância, Zé Doca, Alto Alegre do Pindaré, Bom Jardim, Governador Nunes Freire, no Maranhão; em Tibau, Mossoró, Parnamirin e Natal, no Rio Grande do Norte; e em Capuí no Ceará.

A operação foi batizada de Hymenaea em uma referência ao gênero de uma das espécies (Jatobá - hymenaea courbaril) ilegalmente explorada na Terra Indígena Caru e na Reserva Biológica do Gurupi. Segundo a Polícia Federal, a organização criminosa atuava extraindo ilegalmente madeira das reservas indígenas.

O material era "esquentado" por meio de documentação fraudulenta para o transporte e retirada das áreas protegidas. Um membro da quadrilha era o responsável por emitir documentos destinados a "microempresas laranjas", cadastradas como construtoras em pequenas cidades no interior do Rio Grande do Norte. Essa manobra servia para desviar a madeira para receptadores em todo o Nordeste brasileiro.

Na avaliação das autoridades policiais, os desmatamentos causaram danos ambientais gigantescos no último reduto da floresta amazônica na região nordestina. A organização criminosa fazia o corte seletivo de madeira nobre e espécies ameaçadas de extinção, de forma a acobertar o crime sob a copa das árvores de menor valor monetário. Segundo estimativas, o grupo teria movimentado valores da ordem de R$ 60 milhões.

As autoridades sequestraram mais de R$ 12 milhões de diversas pessoas físicas e jurídicas. Esses valores são provenientes da lavagem do dinheiro auferido com a extração ilegal da madeira. Os investigados responderão por crimes como participação em organização criminosa, lavagem de capitais, roubo de bens apreendidos, obstar a fiscalização ambiental, desmatamento na Terra Indígena Caru, desmatamento na Reserva Biológica do Gurupi, receptação qualificada, ter em depósito produto de origem vegetal sem licença válida, corrupção ativa, tráfico de influência, dentre outros.

Rondônia

Outra operação foi deflagrada nesta quinta-feira pela Polícia Federal em Rondônia, para combater a atuação de madeireiros na região de Espigão do Oeste, Ministro Andreazza e Pimenta Bueno, além de Porto Velho.

Cerca de 40 policiais federais dão cumprimento a 24 mandados judiciais, sendo: 2 mandados de prisão preventiva já foram cumpridos, sendo um de um grande madeireiro da cidade de Espigão do Oeste e outro de um indígena também da mesma região; 6 mandados de condução coercitiva; 13 de busca e apreensão na região do Cone Sul do estado; e 3 ordens de interrupção de atividades de empresas madeireiras e Plano de Manejo Florestal Sustentável.

O esquema foi revelado na Operação Plano Virtual. Segundo as investigações, a ação criminosa contava com detentores dos planos de manejo, madeireiros, consultores ambientais, exploradores e transportadores de madeira.

O grupo, que também utilizava "laranjas" no esquema, se beneficiava de extração ilícita de madeira, que era esquentada por meio de fraudes em planos de manejo. Em geral, essa madeira ilegal provinha de terras indígenas.

Os indiciados responderão pelos crimes de furto, receptação, falsidade documental, extração ilegal de madeira, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

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