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PF apreende peças de artesanato indígena

O Globo, Rio, p.19
05 de Fev de 2005

PF apreende peças de artesanato indígena
Material, que foi avaliado em R$1,5 milhão, seria contrabandeado para os Estados Unidos

Cerca de US$600 mil (aproximadamente R$1,5 milhão) em artesanato indígena confeccionado com penas de aves em extinção e dentes de animais da fauna brasileira foram apreendidos ontem de manhã, em Campo Grande, numa operação da Delegacia de Meio Ambiente da Polícia Federal do Rio. O material seria contrabandeado para os Estados Unidos, onde uma quadrilha com a participação de brasileiros venderia a carga para colecionadores e museus.
Brasileira presa nos EUA ajudou com informações
A operação da Polícia Federal foi planejada a partir de informações de uma brasileira presa há quatro meses nos Estados Unidos. Ela confessou sua participação na quadrilha. Ao decidir colaborar com policiais americanos, a mulher detalhou como funcionava o esquema milionário de contrabando no Rio.
- Foi uma operação coordenada pela Divisão de Meio Ambiente da PF de Brasília, a partir de dados repassados pelas autoridades federais americanas - disse o delegado federal Deuler Rocha, diretor da Delegacia de Meio Ambiente da PF no Rio.
Segundo a PF, a brasileira (o nome dela não foi divulgado) foi presa quando tentava vender, nos Estados Unidos, um carregamento semelhante com colares confeccionados com dentes de onça, macacos e outros animais silvestres. A carga foi avaliada em cerca de US$500 mil (R$1,3 milhão). O material era trazido ao Rio de aldeias indígenas no Amazonas.
Material apreendido encheu uma sala inteira da PF
Nos Estados Unidos, ainda de acordo com a Polícia Federal, as peças eram vendidas a colecionadores, milionários e até para museus interessados no artesanato indígena brasileiro.
- Era uma rede de recepcionista muito especializada e que pagava caro pelo material - disse o delegado Deuler.
Durante os últimos 30 dias, agentes federais do Rio saíram a campo em busca de informações que levassem aos contrabandistas. Na casa de Campo Grande onde foi apreendido o artesanato, ninguém foi preso, mas os policiais conseguiram recolher uma grande quantidade de material, suficiente para ocupar uma sala inteira da Delegacia de Meio Ambiente. A PF investiga outros envolvidos no esquema no Rio.

O Globo, 05/02/2005, Rio, 19

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