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Petrobrás obtém R$ 1,6 bilhão no BNDES para dois gasodutos

Estado de S. Paulo-São Paulo-SP
Autor: Nicola Pamplona
02 de Dez de 2005

O Sudeste-Nordeste e o Coari-Manaus são fundamentais para ampliar o mercado

A Petrobrás anunciou ontem que obteve financiamentos de R$ 1,6 bilhão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a construção de gasodutos. Os projetos beneficiados são o Gasoduto Sudeste-Nordeste (Gasene) e o Gasoduto Coari-Manaus, que levará o gás da reserva de Urucu (AM) à capital. Cada um ficará com R$ 800 milhões. Os dois projetos são considerados fundamentais para a ampliação do mercado brasileiro de gás natural.

O Gasene vai levar o combustível produzido no Sudeste ou importado da Bolívia para o Nordeste. O projeto é dividido em três trechos e os recursos obtidos com o BNDES serão destinados ao ramal entre Cabiúnas (RJ) e Cacimbas (ES). A empresa informou que esse trecho vai permitir o escoamento para outros mercados do Sudeste da produção de gás no litoral capixaba, nos Campos de Golfinho e Peroá e Cangoá, que entram em produção em 2006.

Já o Coari-Manaus vai contribuir para a redução da Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis (CCC), paga por todos os consumidores de eletricidade do País para subsidiar o custo de geração termoelétrica na Região Norte. Quando entrar em operação, o gasoduto vai permitir que as térmicas da região de Manaus operem com gás natural, em vez de diesel ou óleo combustível. A CCC arrecada nas contas de eletricidade cerca de R$ 3,5 bilhões por ano.

Nesse projeto, a Petrobrás também vai construir um duto para levar o gás liquefeito de petróleo (GLP) produzido em Urucu para Coari, às margens do Rio Solimões, facilitando o escoamento do combustível.

ARGENTINA

O secretário-executivo de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, João Souto, disse ontem que o Brasil e a Argentina estão negociando a retomada das importações de gás argentino para o Sul do País. O envio foi suspenso em 2004, após o início da crise energética na Argentina. Segundo Souto, a expectativa é que a negociação seja concluídas no início de 2006. O gás argentino abastece a Térmica de Uruguaiana (RS).

Souto informou ainda que o governo analisa diversas alternativas para ampliar o fornecimento de gás no País, incluindo a importação de gás natural liquefeito (GNL) da África. A idéia já foi trabalhada há três anos entre Petrobrás e Shell, mas suspensa com o fracasso do programa prioritário de termoeletricidade. Agora, com a possibilidade de uso das térmicas, em função da dificuldade na construção de novas hidrelétricas, o projeto de GNL voltou a ser discutido.

Segundo Souto, em 2010, o Brasil estará importando 46 milhões de m3 de gás, o que, somado aos 68 milhões produzidos internamente, vai garantir os 108 milhões de m3 estimados para o consumo naquele ano. Hoje, o País importa cerca de 25 milhões de m3 de gás por dia.

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