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Pesquisadores apontam solucoes para Amazonia

OESP, Geral, p.A14
24 de Jul de 2004

Pesquisadores apontam soluções para Amazônia
Atentos à busca de soluções para o combate aos desmatamentos na Amazônia, pesquisadores reunidos em Brasília apresentaram ontem propostas para tentar resolver o problema: programas de agricultura familiar que associem tecnologia e ecologia e protocolos de cooperação entre Estados ricos, principalmente os do Sudeste, para financiar projetos na maior floresta tropical do mundo. O assunto foi discutido no encontro preparatório da 3.ª Conferência Científica do LBA, que começa na terça-feira em Brasília.
Um dos projetos apresentados foi da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), cuja meta central é o combate às queimadas na floresta, associando ecologia e agricultura familiar. Segundo a chefe da Embrapa Amazônia Oriental, Tatiana Sá, com o projeto Tipitamba a empresa orienta a população nativa a substituir as queimadas, antiga técnica usada no preparo da terra para o plantio, por algo mais moderno, como a trituração da vegetação.
Na atual fase, há cem famílias cadastradas no programa da Embrapa. Mas ele será ampliado para todos os Estados com uso de recursos próprios da empresa - R$ 300 mil - e possivelmente de dinheiro captado no exterior.
Segundo Tatiana, a agricultura familiar pode ser um forte aliado para conter a destruição da floresta amazônica. "Para a agricultura familiar, não são usadas grandes áreas desmatadas. Além disso, no processo de produção, os tratores de grande porte que revolvem e prejudicam as características do solo não são utilizados", afirmou.
O projeto Tipitamba - que significa capoeira na linguagem dos índios tiriós - começou a ser desenvolvido em 1991, mas só agora a Embrapa conseguiu ampliá-lo para outros Estados. De acordo com o secretário de Florestas e Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, 23.700 quilômetros quadrados foram desmatados em 2003. Essa área corresponde à de Alagoas.
Outro a lançar soluções para deter a destruição foi o pesquisador Antonio Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Segundo ele, os Estados do Sudeste, cujo clima está mudando por causa dos desmatamentos na floresta, podem se unir para financiar programas na região, unindo educação e desenvolvimento sustentável e redirecionando o futuro da floresta.
Recursos externos - A revista britânica The Economist publica em sua edição desta semana uma reportagem de capa que alerta sobre a necessidade de preservação da floresta amazônica. Em editorial, a publicação afirma que se os países ricos querem ter alguma influência sobre o futuro da floresta é preciso colocar dinheiro onde ele é necessário, ou seja, disponibilizando recursos que tornem possível a expansão econômica da região sem que isso signifique necessariamente a destruição da mata. "Se a conservação da floresta tropical oferece benefícios globais, precisam ser encontrados caminhos de cobrar os beneficiários globalmente", diz a Economist.

OESP, 24/07/2004, p.A14

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