VOLTAR

Pesquisador ministra curso para comunidade extrativista do Antimari (AC)

O Rio Branco-Rio Branco-AC
Autor: César Negreiros
30 de Jul de 2002

Quarenta famílias seringueiras estão sendo selecionadas, na Reserva Estadual do Antimari, situado no município de Sena Madureira, para participarem da oficina de Folha Defumada Líquida - FDL. O curso modular, dividido em duas etapas, será ministrado pelo pesquisador da UnB Floriano Pastore nos dias 7 a 10 de agosto deste ano. A oficina de qualificação profissional somente está sendo possível ser realizada na região, por conta de uma parceria entre o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama, Universidade de Brasília - UnB e Conselho Nacional dos Seringueiros - CNS.
O projeto pioneiro de Tecnologia Alternativa para Produção de Borracha na Amazônia - Tecbor, foi montado anteriormente na Reserva Extrativista do Alto Juruá. Nessa experiência-piloto, cerca de 50 famílias extrativistas foram beneficiadas pela parceria das entidades governamentais e não-governamentais que atuam na área do meio ambiente. O Tecbor tem como objetivo difundir a tecnologia de produção de borracha natural. Este novo sistema de produção acaba definitivamente com o papel de intermediação da usina de beneficiamento, além de montar um sistema de suporte e comercialização desta produção, que permita o resgate social das comunidades extrativistas.
Sistema - No antigo sistema, é necessário dois quilos de borracha bruta para produzir um quilo de borracha beneficiada. Neste sistema, o seringueiro recebe apenas R$ 1,60 (um real e sessenta centavos), enquanto o atravessador abocanha a cifra de R$ 1,98 (um real e noventa e oito centavos), conforme a atual cotação do mercado. Para produzir um quilo de Folha Defumada Líquida - FDL, é necessário quatro quilos de borracha bruta, mas em compensação, a cotação de mercado beira a casa dos R$ 2,00 (dois reais) o quilo.
Com a saída dos intermediários, as comunidades extrativistas reduziriam drasticamente os custos de operacionalização para escoar a produção de látex dos seringais de cultivo da região. Afinal, 6.260 famílias sobrevivem da atividade extrativa, segundo estatísticas da Secretaria Executiva de Floresta e Extrativismo - SEFE. Os balanços da SEFE apontaram que os seringais nativos da região da Amazônia Ocidental produziram no ano passado cerca de 3.756 toneladas de borracha bruta. Com a implantação desta nova tecnologia da UnB, as comunidades extrativistas poderão produzir mais de dois mil FDL. "Esta nova parceria poderá garantir o resgate social das comunidades acreanas", comentou o coordenador regional do CNS, José Maria Aquino.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.