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Pátria Guarani

Gazeta do Povo-Curitiba-PR
Autor: VALÊNCIO XAVIER
17 de Jun de 2002

O Paraná tem uma grande tradição cultural ligada aos índios guaranis. Teriam sido eles os criadores do hábito de tomar mate. E foram os guaranis apaziquados pelas Reduções Jesuíticas no estado. Ainda há tribos remanescentes. Como se vê, o legado guarani é presente nessas fronteiras. Em vista disso, a Universidade Federal do Paraná vai abrir um curso de Gramática e Cultura Guarani.

O curso foi organizado pela professora Terumi, e as aulas de gramática e cultura garani ficarão por conta da professora contratada Olga Herrera e da professora Luli Miranda, que farão seminários sobre o assunto. Foram as duas que sugeriram o projeto à UFPR. O ciclo deve começar em agosto, com duas horas de aula por semana, num total de 30 horas aulas.

Está em vista também a preparação de um dicionário de língua guarani. Existe só um editado no Paraná, nos anos 30, pelo professor Mansur Gueiros. Muitos dicionários ditos de "tupi-guarani", segundo os entendidos, são uma aberração: existe e língua guarani e a tupi, não existe a tupi-guarani.

A importância dessa iniciativa da Universidade Federal é grande, pois, segundo Luli Miranda, são muitos índios e descendentes que não falam a língua guarani. Trata-se de pessoas que abandonaram a tribo, ou que se casaram com brancos, ou então esqueceram o idioma dos seus. Isso acontece com índios, pois as mulheres só podem casar com homens de sua própria tribo. Essas tradições milenares da cultura guarani não podem ser quebradas.

Mas esse curso, que chega em boa hora, não tem importância apenas para as populações indígenas. É bom que se aprenda a língua e a cultura guarani, para que melhor compreendamos o país em que vivemos.

Serviço: Informações com Olga Herrera (41) 222-0469) e Luli Miranda (41) 356-3517; 340-1698.

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