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Pataxós participam de projeto de conservação do Monte Pascoal

Ministério do Meio Ambiente-Brasília-DF
21 de Mai de 2004

O Ministério do Meio Ambiente vai investir este ano R$ 300 mil na conservação e recuperação da Mata Atlântica nas terras indígenas e no Parque Nacional Monte Pascoal, na Bahia. As propostas para o desenvolvimento de projetos foram definidas em reunião com técnicos da Diretoria de Áreas Protegidas do MMA, Ibama, representantes da Funai e da comunidade Pataxó.

O programa de gestão ambiental que será implementado, a partir de julho, prevê o desenvolvimento de projetos agroecológicos para atender as necessidades e preferências das aldeias. Serão priorizados os plantios de leguminosas produtoras de sementes para artesanato, com valor forrageiro, fruteiras, palmeiras e plantas de produção de lenha. O programa prevê, ainda, a criação de um banco de sementes e a plantação de 200 hectares de novas roças, em áreas degradadas, além de incentivar a pesca marítima e a piscicultura.

No entorno do Parque Nacional Monte Pascoal, vivem cerca de 5.600 índios em oito aldeias Pataxós. O projeto de gestão participativa do Ministério do Meio Ambiente tem como objetivo viabilizar o desenvolvimento econômico dessas comunidades em harmonia com a unidade de conservação.

Parceria - Para Milene Maia, chefe do Parque Nacional Monte Pascoal, essa relação de parceria, é uma relação que aproxima e torna-se mais amigável, onde cada parceiro tem seu papel e a atuação de cada um é fundamental para que o todo possa ser efetivado. "A gestão participativa que está sendo implementada com as comunidades é importante não só para o Parque e para os Pataxós, mas porque será exemplo de um processo com uma nova visão de gestão de áreas protegidas. Onde as questões sociais são trabalhadas e a busca de soluções para esses problemas sociais é feita em conjunto".

Alfredo Ferreira Santana, representante da comunidade Pataxó, afirma que o trabalho está tendo um ótimo resultado, porque a vida nas aldeias está mudando para melhor. "A comunidade no início do projeto não acreditava muito nos resultados, mas depois que os trabalhos começaram a ser desenvolvidos, principalmente os da agricultura, da feitura das roças, de plantar e colher, passou a acreditar que o projeto vai dar certo e realmente já deu certo. Plantamos mandioca, cultura importante para a nossa comunidade, que estava esquecida, tivemos que buscar a maniva (semente da mandioca), longe de nossa região, e hoje temos mais ou menos 100 hectares de plantação de mandioca. Colhemos feijão, milho, melancias, abóbora. Agora precisamos modificar a produção do artesanato, este é o grande desafio. Se tivermos outras alternativas de trabalho, ou o se o artesanato for sustentável, não vamos mexer nas madeiras do parque".

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