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Pataxós definem ações para o Monte Pascoal

A Tarde- Salvador-BA
Autor: (Carla Fialho)
31 de Jul de 2002

Comunidades indígenas Pataxó, representantes do Ministério do Meio Ambiente,
Fundação Nacional do Índio (Funai), Ibama e ONGs da região participaram, nos dias 25, 26 e
27, da primeira oficina de planejamento para o detalhamento das ações que serão
desenvolvidas pelo Projeto de Gestão Participativa do Parque Nacional do Monte Pascoal. O
projeto, resultado de um acordo de cooperação mútua assinado entre Ministério do Meio
Ambiente, Ministério da Justiça, representado pela Funai e Ibama, busca a sustentabilidade
das 10 aldeias no entorno do parque.
O projeto ainda prevê a liberação de recursos da ordem de R$ 1.200 000,00 em dois anos.
Segundo a gerente do Parque Nacional do Monte Pascoal, Milene Maia, os envolvidos na
oficina definiram que as ações prioritárias serão na área de agricultura, sistemas agroflorestais,
recuperação de áreas degradadas, ecoturismo e alternativas econômicas. "Com a implantação
dessas ações, esperamos melhorar a qualidade de vida e abrir novos horizontes para a família
Pataxó, além de preservar um dos últimos remanescentes de Mata Altântica", ressalta Milena
Maia.
Melhorar as condições de vida dos índios tem sido também a maior esperança do cacique
Jurandir Ferreira de Souza, da Aldeia Guaxuma. "Hoje, passamos por grandes dificuldades,
mas minha maior tristeza é a degradação da mata. Os invasores destruíram tudo, tenho
saudades dos velhos tempos. Precisamos de recursos para recuperar a floresta e construir
uma represa para a lavoura", fala, lembrando que na Aldeia Guaxuma são obrigados a beber
água enferrujada de um córrego.
O projeto de gestão participativa, no entanto, não chega a ser unanimidade entre as
comunidades. À época da assinatura do acordo, um grupo de índios Pataxó liderados pelo
cacique Joel Brás promove uma série de retomadas na área em protesto ao acordo. Eles
exigem que o governo faça a demarcação do território indígena na área do Monte Pascoal. O
cacique Jurandir, apesar de ser favorável ao acordo, também ressalta que o projeto não vai
impedir que os índios continuem a lutar pela demarcação das terras.

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