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Pataxós criticam situação da saúde em Coroa Vermelha

A Tarde -Salvador-BA
10 de Jul de 2001

Os índios dizem que há médicos mas faltam postos e medicamentos

Os índios pataxós da aldeia de Coroa Vermelha criticam o atendimento médico prestado pela Fundação Nacional de Saúde-Funasa. Há médicos e enfermeiros, mas falta remédio, não há recurso para exames e no posto de Saúde falta até material de limpeza, denunciou Arapati, o cacique de Coroa Vermelha, acrescentando: A situação é péssima em Coroa Vermelha e nas outras aldeias todo mundo está reclamando.De acordo com os pataxós os problemas maiores do atendimento de saúde indígena seriam a falta de medicamentos e dificuldades em realizar exames e analises de laboratório. Até exames normais não são feitos por causa de recursos e precisa de brigar por qualquer remédio, declarou Arapati. Diz ele que os índios levaram mais de 300 receitas não atendidas à diretoria da Funasa. Se existe um órgão com competência para a saúde indígena, com repasses de verbas destinadas para esta finalidade, não entendemos como se possa chegar a esta situação, declarou Zeca pataxó.A equipe de médicos e enfermeiros existe e trabalha, mas no posto de saúde não há remédio algum e falta até material de limpeza, e se não tivesse uma parceria com a secretaria municipal de Saúde de Santa Cruz Cabrália que repassa algum material seria pior ainda, acrescentou Luzia.Ainda segundo os pataxós há problemas para transporte dos índios doentes ou acidentados até os hospitais e centros de tratamento. Já tivemos várias cirurgias marcadas e desmarcadas por falta de combustível e nos finais de semana os veículos destinados ao transporte de índios doentes não circulam, dificultando o atendimento, quando a gente precisa de um carro, a partir de sexta-feira à noite eles desaparecem, e morreram vários índios por isso, na nossa aldeia e em Barra Velha também, ressaltou Sinivaldo.O responsável pela Funasa em Porto Seguro, não foi encontrado pela reportagem, pois estava viajando para Salvador, outro funcionário do órgão, de nome Nilton, disse que os problemas relatados pelos índios seriam provocados por atrasos de recursos que, de Brasília, iriam para Salvador, antes de chegar à região. Mas pediu que a reportagem de A TARDE procurasse o coordenador pela Saúde Indígena na Bahia,Jorge Araújo

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