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Parque do Araguaia deve ter novo diretor

Jornal do Tocantins-Palmas-TO
01 de Jul de 2003

Funcionário Marcus Vinícius pode assumir a funçãode Rosimeri Lodi, denunciada por irregularidades.
O gerente regional do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama-TO), Natal Demori, já indicou o novo diretor para o Parque Nacional do Araguaia (PNA), na Ilha do Bananal, em função do "mau relacionamento" da diretora Rosimeri Lodi com o Ibama local, com os próprios índios; e também de denúncias feitas pelo Ministério Público Federal (MPF), contra ela. Segundo Demori, a diretora não prestava informações do que estava ocorrendo no Parque e não teria explicado, em relatório, os valores de notas fiscais gastos e remetidos ao Ibama em Palmas para pagamentos realizados por ela. Por isso, indicou o funcionário da área de Educação Ambiental, Marcus Vinícius. Segundo Natal, o futuro diretor tem bom relacionamento com os Karajás e Javaés que habitam na Ilha. Ele acrescentou ainda que Vinícius deve assumir após a publicação de seu nome no Diário Oficial da União.

O Ministério Público Federal denuncia Rosimere por gastar indevidamente o dinheiro da compensação ambiental da Usina Hidrelétrica Luís Eduardo Magalhães, direcionado ao PNA, para projetos de melhoramento e abertura do ecoturismo no local, além de outros projetos para seu entorno. Segundo o procurador da República, Mário Lúcio de Avelar, a diretora do Parque contratou uma empresa de consultoria, a Pró-Fauna e teria gasto mais de R$ 300 mil, sem que nenhum dos oito projetos acertados fosse colocado em prática, depois de um ano da elaboração dos projetos.

O dinheiro do fundo de compensação abiental da Usina Luís Eduardo Magalhães equivale a R$ 1 milhão 630 mil, dos quais o procurador denuncia que seriam gastos só com papéis da consultoria cerca de R$ 300 mil, motivo pelo qual exigiu a suspensão de todos os projetos.

Diretora
A diretora do PNA, Rosimeri Lodi, informou que contratou a Pró-Fauna, porque era necessário a elaboração dos projetos, uma vez que o Ibama não teria técnicos na região. Ela se defende e acusa o procurador de estar impedindo que ela coloque em prática os projetos com a suspensão judicial e que, com isso, ele estaria prejudicando os índios. Ela também acusa a direção do Ibama de perseguição política para tirá-la da direção do Parque, mas até a ida da equipe de reportagem do Jornal do Tocantins e da TV Anhanguera na região ela não havia entrados aldeias desde que assumiu o PNA, em 2001, por proibição dos próprios índios.

A diretora do PNA, justifica os gastos, afirmando que foram treinados 44 brigadistas que atuam na ilha em prevenção a incêndios e que atuam também como multiplicadores junto aos índios.

Índios
Os índios afirmam que dos projetos de auto-sustentabilidade que deveriam ser implantados para seu favorecimento como o manejo de tartarugas para comercialização, da pesca e de turismo nas aldeias, só existem papéis e até agora nada de concreto foi realizado. De acordo com o cacique Wagner Javaé, eles não teriam obtido nenhum benefício, por isso, podem vir a permitir novamente a entrada de gado na ilha, já que dessa maneira eles arrecadariam recursos com o arrendamento das terras para que fazendeiros explorem as pastagens.

Neste caso, o MPF lembra que existem atualmente Sub Júdice cerca de 200 famílias que possuem gado na parte Sul da Ilha e a questão se arrasta desde 1998, quando houve a retirada de todos os animais a pedido do órgão, para impedir a degradação ambiental que os animais causam, principalmente pelo habitar selvagem de uma grande diversidade de espécies naturais.
(Jorge Gouveia-Jornal do Tocantins-Palmas-TO-01/07/03)

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