CB, Cidades, p.24
09 de Set de 2005
Parceria pelo meio ambiente
Devastação de árvores nas margens dos córregos, assoreamento do curso dágua, erosão do solo, lixo urbano, entulho e lançamento de animais mortos nos rios. Problemas ambientais detectados em mais de mil propriedades rurais em cidades do Distrito Federal e do Entorno por uma equipe de 20 técnicos da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb). Com base nesse levantamento foi criado o projeto Nascentes do Corumbá, que tem como objetivo reverter os impactos da degradação ambiental das bacias hidrográficas que formam a barragem de Corumbá IV.
O primeiro passo foi fazer o reconhecimento aéreo da região e documentar os estragos com fotografias. Em seguida, foram coletadas amostras de água em 28 pontos do DF e de Goiás. A partir dos dados e de um novo recolhimento de água em 40 áreas mais importantes das sub-bacias, foi elaborado o diagnóstico do uso e ocupação do solo e de degradações ambientais na região. Nas visitas, os técnicos da Caesb deram orientações sanitárias e ambientais aos proprietários das terras.
A segunda parte do projeto iniciou ontem, com a assinatura de um protocolo de intenções do Governo do Distrito Federal (GDF) com o governo de Goiás. Um termo de cooperação técnica será elaborado para frear a devastação das matas ciliares nas margens dos córregos de Corumbá IV. O estudo preliminar da Caesb servirá de base para um estudo detalhado dos problemas sanitários e ambientais da bacia hidrográfica de Corumbá. Também haverá uma divisão de tarefas para ações que possam diminuir os danos à degradação do meio ambiente. Mas não há previsão dos recursos que serão investidos para a recuperação da área. Tudo vai depender de um novo estudo, diz o presidente da Saneamento de Goiás S/A (Saneago), Geraldo Félix de Souza.
Águas Lindas
A idéia do projeto Nascentes de Corumbá surgiu de uma outra parceria entre GDF e Goiás, em julho, para a execução da infra-estrutura de abastecimento e tratamento do esgoto em Águas Lindas (GO), a 55km de Brasília. As obras devem iniciar em outubro. A previsão de investimento é de R$ 185 milhões. Serão construídos 836 quilômetros de redes de distribuição com mais de 22 mil ligações domiciliares e ainda uma estação de tratamento de esgoto.
Segundo Fernando Leite, presidente da Caesb, a preservação do meio ambiente não pode se restringir somente a questão geográfica e política. Apenas 13% de todo o Entorno têm tratamento de esgoto e 18% recebem água encanada. Com tantos problemas, a solução irá de aulas de conscientização ambiental para a população até obras de grande porte, afirma.
Para o gerente-executivo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) do DF, Francisco Palhares, a precariedade urbana da região do Entorno, que não pára de se expandir, é um dos fatores da degradação ambiental.
O governador Joaquim Roriz mostrou preocupação com o futuro da capital do país. Não podemos impedir as pessoas de viram para Brasília por causa da qualidade de vida. Não podemos construir um muro. Se existe Entorno é porque existe Brasília, justifica.
CB, Cidades 09/09/2005, p. 24
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