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Parceria para prevenir a poluição

GM, Rede Gazeta do Brasil, p. B12
19 de Nov de 2003

Parceria para prevenir a poluição

Projeto Recupera quer reduzir a poluição em um grande conglomerado de metalurgia de não-ferrosos do Brasil. O Projeto Recupera vai otimizar o sistema de tratamento de efluentes da Caraíba Metais, reduzindo o impacto ambiental e prevenindo a poluição em um dos maiores conglomerados de metalurgia de não-ferrosos do Brasil. A iniciativa é resultado de uma parceria da própria Caraíba Metais, empresa do Grupo Paranapanema, com a Universidade Federal da Bahia, através da Rede de Tecnologias Limpas do Estado da Bahia (Rede TECLIM), e com o Centro de Tecnologia Mineral (CETEM-RJ). O trabalho de pesquisa tem aporte financeiro de R$ 600 mil. A Caraíba participa com 30% e o FINEP com 70%.

O principal objetivo do Projeto Recupera é minimizar o impacto ambiental, com a remoção e aproveitamento dos elementos contaminantes (cádmio, arsênio, mercúrio, etc.) e outros metais de valor econômico do efluente ácido gerado na lavagem de gases (etapa anterior à fabricação de ácido sulfúrico e derivados), a fim de tornar a lama de gesso, produzida através da neutralização desse efluente, adequada para a incorporação como insumo na construção civil.

Eficiência ambiental

A equipe de pesquisa definiu metas que permitirão à Caraíba Metais aumentar a eficiência ambiental; reduzir custos - através da obtenção de novos produtos -; elevar a competitividade tecnológica e fortalecer a cultura interna em relação ao aspecto ambiental.

A grande quantidade de lama de gesso acumulada pela Caraíba em aterros especiais, depois de descontaminada, poderá reduzir a necessidade de produção brasileira da gipsita natural (sulfato de cálcio), racionalizando os recursos naturais. Para o diretor da companhia, Juvenil Brito, a conscientização da empresa quanto ao potencial uso desses aterros gerou a necessidade de buscar soluções para viabilizar essa possibilidade.

A lama de gesso é constituída basicamente de gipsita, que será tratada para remoção dos contaminantes, tornando-se adequada para utilização na construção civil, como insumo na fabricação de telhas e blocos cerâmicos, argamassas, revestimentos e misturas solo/cimento/gesso e para outras finalidades.

O cádmio, um metal de razoável valor econômico, cujo teor no efluente é acima de 200 ppm, ou seja, em torno de 100 ton/ano, poderá se tornar um produto comercializável pela empresa. Há ainda a possibilidade de produção de um sal de arsênio, utilizado como pesticida, além do aproveitamento comercial de uma série de outros metais de valor econômico contidos nesse resíduo.

A pesquisa trará uma série de benefícios para a Caraíba, de acordo com o coordenador geral do projeto Recupera, Luis Alberto Dantas Barbosa. Ele destaca a contribuição para o aumento da competitividade da empresa. "Seja através da redução de custos, do aumento de competitividade, dos ganhos tecnológicos, ambientais e sócio-econômicos, já que o projeto prevê o desenvolvimento de uma nova linha de produtos, gerada a partir do efluente ácido", diz.

Dantas Barbosa menciona ainda a melhoria da gestão ambiental da Caraíba e o compromisso com a responsabilidade social. "O projeto ajuda a prevenir a poluição e a melhorar a eficiência ecológica da empresa, representando respeito ao meio ambiente e à comunidade", destaca.

Processadora de cobre

A Caraíba Metais S/A, empresa do Grupo Paranapanema, é a única processadora de cobre instalada no Brasil e uma das mais modernas fábricas do setor metalúrgico do mundo. Localizada no município de Dias D'Ávila, nas proximidades do Pólo Petroquímico de Camaçari, foi criada em 1969. Os catodos de cobre eletrolítico são produzidos a partir de concentrados de cobre que vêm principalmente do Chile e desembarcam no Porto de Aratu, a 30km da planta industrial. Esses concentrados contêm em média 30% de cobre. Dos catodos obtêm-se vergalhões, um produto ainda mais elaborado.

Há três anos, a fábrica passou por uma ampliação, que elevou sua capacidade produtiva de 202 mil toneladas por ano para 220 mil toneladas por ano. Atualmente, a Caraíba detém 55% do mercado brasileiro de cobre e 85% de vergalhão de cobre.

A Rede de Tecnologias Limpas e Minimização de Resíduos do Estado da Bahia (Rede Teclim) foi criada pelo Departamento de Hidráulica e Saneamento da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia (UFBA), com a proposta de modernizar o paradigma ambiental da produção industrial na Bahia. A Rede Teclim está difundindo o conceito de prevenção da poluição e expandindo a utilização de tecnologias limpas.

kicker: O trabalho de pesquisa tem um aporte financeiro no valor de R$ 600 mil

GM, 19/11/2003, Rede Gazeta do Brasil, p. B12

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