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Parceiros do RJ acompanham índio que corre em rodovia na Baixada

G1 - http://g1.globo.com/
28 de Mai de 2012

Atleta indígena percorre 16 km, três vezes por semana.
Ele se exercita na Rodovia Washington Luís.

Um índio tabajara corre três vezes por semana cerca de 16 km na Rodovia Washington Luís, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Vestido a caráter, Raimundo Nascimento "Acasuí" chama a atenção de todo mundo que corta a rodovia. Ele começa a se preparar, com exercícios de aquecimento, para a corrida por volta das 5h30m.

A dupla de Parceiros do RJ Flávia Freitas e Felype Bastos acompanhou o índio, do terceiro distrito de Duque de Caxias à Serra de Petrópolis, na Região Serrana. Ele aproveita o raiar do dia para começar sua corrida.

"O pessoal já acha que está frio, mas eu que corro descalço não é fácil, não. Quando está quente é melhor para mim", diz o índio.

Acompanhando de carro, foi possível constatar que o índio corre a cerca de 20 km/h, no acostamento. No meio do caminho outros corredores e ciclistas cruzam com o tabajara. O frentista de um posto de gasolina da rodovia imagina como deve ser o solado do pé de Raimundo. E o índio explica como se protege.

"Não é em qualquer lugar que a gente pode pisar fora da pista, não. Há fagulhas de vidro. Sempre machuca. Mas agora é muito difícil (machucar), porque quanto mais a gente vai correndo, vai pegando experiência", ensina o indígena.

Água que fortifica

Na descida da Serra de Petrópolis, ele se refresca numa fonte, que ele diz ser afrodisíaca. Ele diz que a água da fonte o fortifica. E garante que esse contato com a natureza é o sucesso da saúde privilegiada dos índios, em geral.

Raimundo conta que saiu da aldeia com 20 anos de idade para ajudar o pai a criar os 13 irmãos. Ele lembra que a tribo é do município Monsenhor Tabosa, na Serra das Matas, no Ceará. Das viagens que faz até lá, traz para o Rio de Janeiro os produtos confeccionados pelos tabajaras, que vende na oca, na Baixada Fluminense.

"São 54 horas de viagem. Todos os anos fico lá, quatro, cinco meses. O forte do meu comércio aqui são as garrafadas", diz Raimundo, que tem o rosto estampado nos rótulos dos produtos.

O mestre de capoeira Raimundo da Silva Filho elogia os produtos naturais, feitos pelos familiares do índio.

"Vim comprar com ele óleo de capivara, para a minha articulação no joelho. Tive de fazer uma operação nos ligamentos", explicou o cliente do índio.

Os vizinhos dizem que as crianças adoram quando ele faz palestras nas escolas. Ele sempre destaca a importância de cuidar da natureza, do planeta.

Projeto Parceiro do RJ

Dezesseis jovens foram selecionados para formar o Projeto Parceiro do RJ. O grupo foi dividido em oito duplas, que vão representar e mostrar o cotidiano de oito regiões do Rio e Grande Rio. Em comum, seus integrantes querem mostrar não só as mazelas, mas as coisas boas dos bairros onde moram.

Mais de 2.200 pessoas se inscreveram no projeto. Destes, os escolhidos vão mostrar o cotidiano de Copacabana, Tijuca, Campo Grande, Complexo do Alemão, Cidade de Deus, Nova Iguaçu, Duque de Caxias e São Gonçalo.

http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/parceiro-rj/noticia/2012/05/parceiro…

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