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PARABOLICA

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
03 de Dez de 2002

Bom dia,

Ninguém duvida da capacidade de mobilização e dos métodos utilizados pelos grupos de interesses, de governos estrangeiros e de organizações não-governamentais, que desejam criar perante a opinião pública internacional a idéia de que os amazônidas são contra as populações indígenas. O objetivo deles, que não guardam limite ético e não escolhem os instrumentos, é consolidar a convicção montada pelos próprios, de que a sobrevivência da Amazônia e dos índios que nela habitam só será possível com a intervenção internacional na região.
A última cartada dessa gente de muitos recursos e apoio externo foi a "plantar" um anúncio no setor de classificados de animais da Folha, onde um pretenso anunciante oferecia à venda "criança yanomami". Foi o bastante para que se espalhasse o "anúncio" na rede mundial de computadores, como evidência inquestionável do "preconceito" e "racismo" da população local contra os índios yanomami.
O anúncio absurdo não é produto de brincadeira de mau gosto. Foi "plantado" adredemente para desgastar e desmoralizar a população local. É prova da desonestidade e do maquiavelismo desses grupos de pressão que sabem a ignorância do resto do Mundo sobre os amazônidas e aproveitam para nos colocar perante a opinião pública internacional como exterminadores de índios e predadores do meio ambiente.
Quem não aceita a intervenção externa na Amazônia deve repudiar e lutar contra essa conduta de má-fé. Nossos índios, como todos os outros do resto do Mundo, têm uma história de injustiça e de sofrimento, mas os brasileiros de Roraima estão entre os que menos atentaram contra seus direitos. Não há história de massacre coletivo contra índios em Roraima, como aliás ocorreu nos Estados Unidos da América.

DUROS
Os rizicultores perderam a calma e já economizam palavras para criticar a falta de determinação de "governadores passados" e de "parlamentares estaduais e federais" por "não se empenharem na solução definitiva do problema fundiário do Estado". Dizem que enquanto se mobilizam em praça pública, deixam de cumprir o papel deles: de produzir a preço compatível e com boa qualidade.

NA TELHA
Durante o dia de ontem, alguns políticos foram prestar solidariedade aos produtores de arroz e ouviram o que não queriam. Durante uma conversa entre produtores e um deputado federal, surgiu a pergunta ressentida: "E o que foi que a classe política já fez para nós?". O clima esquentou e foi um tal remenda dali, costura acolá, que por pouco não entorna o caldo.

ELÁSTICO
O empresário Paulo César Quartiero criticou ontem a política de demarcação de reservas indígenas: "A medida da Funai é um elástico. Quando todos pensam ter chegado ao limite ela aparece com nova ampliação". Quartiero lamentou que os laudos antropológicos que servem de base decisões da Funai não levem em conta direitos históricos de não índios e o interesse nacional.

VAI FALTAR
Como as usinas estão paralisadas devido à manifestação dos produtores, há quem diga que haverá desabastecimento de arroz em Boa Vista. Caso a paralisação da categoria se arraste por muito tempo, Roraima que até aqui exporta para Manaus e parte do Pará, poderá ter que importar o produto do Rio Grande do Sul.

TITULAÇÃO
A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados pode aprovar na próxima quarta-feira o Projeto de Lei 6.191/02, da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou a ocupação de terras públicas na Amazônia. A proposta delega aos estados poderes para regularização fundiária na faixa de fronteira. O assunto interessa de perto a Roraima.

DEMARCAÇÃO
O deputado Ricarte de Freitas (PSDB-MT) apresentou ao Plenário, na quarta-feira passada (27), a Proposta de Emenda à Constituição 579/02, que transfere da Fundação Nacional do Índio (Funai) para o Congresso Nacional a responsabilidade pela demarcação de terras indígenas. A aprovação da PEC é de especial interesse do Estado.

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