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Para ONGs, mercado de commodities dita o corte

OESP, Vida, p. A17
24 de Jan de 2008

Para ONGs, mercado de commodities dita o corte

Grupos ambientalistas que seguem a dinâmica do corte da floresta amazônica afirmam que os números elevados do segundo semestre de 2007, em relação ao mesmo período de 2006, já eram esperados. "O patamar apenas voltou ao normal", diz Roberto Smeraldi, diretor da ONG Amigos da Terra.

O mercado de commodities, especialmente soja e carne, reaqueceu no ano passado e teria elevado a taxa. "Em 2006, houve uma queda do rebanho. Em 2007, ele voltou a crescer. Só a Amazônia contribuiu com 41% do número nacional de abates no ano passado. A região respondeu por 34% da carne que o Brasil exportou, sendo que o índice era zero em 2004", afirma Smeraldi. Os dados são de um estudo feito pela ONG.

A opinião é compartilhada por Paulo Adário, coordenador da campanha Amazônia do Greenpeace. "Essas duas commodities (carne e soja) estão em expansão e continuarão assim", diz. "O consumo de carne vai continuar subindo enquanto a população chinesa aumentar e migrar para uma dieta com mais proteína (animal)."

O fator econômico sempre foi apontado por ambientalistas como um dos fatores por trás da freada no desmatamento nos últimos três anos, além das ações de comando e controle. O governo federal preferia não vincular o corte à recessão no agronegócio, mas, ontem, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, admitiu uma possível influência.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Mato Grosso,
Rui Prado, nega relação da safra recorde de soja em 2007 com o aumento do desmatamento. Segundo ele, o cultivo foi feito em áreas previamente abertas, que estavam ociosas por causa da crise de 2006. Prado calcula uma ocupação atual em cerca de 60 mil quilômetros quadrados no Estado.

"Há desmate provavelmente em outras atividades, como pecuária. Mas dentro da legalidade", diz.

REPERCUSSÃO INTERNACIONAL

Segundo fontes próximas ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, que esteve na Amazônia no fim do ano passado, a ONU continuará insistindo com o Brasil sobre a necessidade de tomar ações urgentes para evitar a perda da floresta.

OESP, 24/01/2008, Vida, p. A17

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